Poder e Governo
Eduardo Bolsonaro afirma que Flávio está mais preparado que Michelle para disputar o Planalto
Deputado retoma críticas a Tarcísio de Freitas e diz não se importar com acusações de dividir a direita
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o irmão, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), está "mais preparado" para uma eventual candidatura à Presidência da República do que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em entrevista ao UOL, em meio à indefinição na família sobre quem será o escolhido para herdar o espólio político em 2026 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso no último sábado. Eduardo também respondeu a comentários de aliados que o acusam de "dividir a direita".
— Não desmerecendo nem um pouco a Michelle, mas o Flávio estaria em uma posição muito mais preparada para assumir essa difícil missão, esse desafio, do que ela nesse momento — afirmou o deputado. — Flávio já é uma pessoa conhecida, é um perfil mais articulador, que lida bem com várias pessoas do centro, então ele tem trânsito. É uma pessoa mais afeita até à questão do diálogo mesmo, então eu acho que ele tem uma capacidade já demonstrada, já testada.
Durante a entrevista, Eduardo também criticou a articulação de aliados em torno da candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, classificando-o como alguém que "não é de direita", mas sim "um tecnocrata de centro" que, segundo ele, ainda acredita ser possível dialogar com o ministro Alexandre de Moraes.
— Acho até que ele enxerga pessoas como aqueles radicais de quem ele quer se ver afastado. Ele também acha que tem os votos da direita de maneira cativa. Isso é um problema, porque, achando que os votos da direita estão garantidos, ele tenta agradar o centro e a esquerda, e isso daí é uma estratégia errada.
Questionado sobre os embates com outras lideranças da direita, Eduardo disse que precisa "se defender" dos ataques e que não mudará de postura, mesmo sob pressão do partido para evitar que os desentendimentos se tornem públicos.
— Estou me lixando se vão falar que estou dividindo a direita. Eu vou falar a verdade. É assim que aprendi com meu pai [sobre] angariar um movimento político — declarou.
Adiamento do debate sobre a escolha do sucessor
A disputa interna pela sucessão de Jair Bolsonaro tem gerado divergências na família. De um lado, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) adotou tom mais duro em público, classificando a discussão de aliados sobre 2026 como "um absurdo político". Do outro, Flávio tem atuado como articulador em conversas privadas e, desde sábado, segundo aliados, tem repetido que não é o momento de tratar de 2026.
Entre os governadores cotados para assumir o espólio político — além de Tarcísio, Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) também se colocam à disposição —, o clima é de cautela. Todos têm defendido publicamente Bolsonaro e evitado declarações que possam ser interpretadas como tentativa de avançar sobre a liderança do ex-presidente, apesar da ansiedade pela definição do cenário. Segundo um interlocutor de Tarcísio, o momento é de “não irritar a família”.
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