Poder e Governo
Moraes afirma que Ramagem está foragido e determina extradição
Deputado federal está nos Estados Unidos há pelo menos um mês
Em decisão monocrática, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de reclusão no processo da trama golpista. Moraes também solicitou que a Polícia Federal adote providências para extraditar o parlamentar, que está foragido nos Estados Unidos desde que deixou o país sem informar sequer aliados próximos.
"Considerando que o réu (Ramagem) encontra-se foragido e fora do território nacional, determino a expedição do mandado de prisão e inserção no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP)", afirma trecho da decisão expedida nesta terça-feira (18).
O ministro solicitou ainda que a PF seja oficiada "para adoção das providências cabíveis" para a extradição de Ramagem dos Estados Unidos ao Brasil.
Na última semana, imagens de Ramagem em um condomínio em Miami foram divulgadas pelo portal Platô, revelando que o deputado estava fora do Brasil e descumpria decisão judicial. Segundo colegas de bancada, Ramagem estaria fora do país há pelo menos um mês e não comunicou nem mesmo seus aliados mais próximos.
A defesa de Ramagem deixou de apresentar novos embargos de declaração ao STF na segunda-feira.
No sábado, Moraes já havia determinado a prisão preventiva do deputado, a pedido da Polícia Federal, pois o parlamentar saiu do país mesmo proibido pela Justiça. A PF apura se ele cruzou a fronteira de carro a partir de Boa Vista e, em seguida, viajou para os Estados Unidos.
Ramagem foi condenado por sua atuação como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Ele integra o grupo dos oito réus do chamado núcleo central da trama golpista. Nesta terça-feira, Moraes decretou o trânsito em julgado — que marca o fim do processo — e o início do cumprimento das penas também para o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), além do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.
Em entrevista a um blogueiro bolsonarista, Ramagem afirmou estar seguro nos EUA com a "anuência do governo americano" e disse que deixou o Brasil para evitar que suas filhas presenciassem sua prisão.
Deputados do PL relataram que Ramagem realizou videochamadas com colegas da bancada entre domingo e segunda-feira para se desculpar por ter ocultado seu paradeiro e mantido a impressão de que estava em Brasília, respondendo mensagens como se acompanhasse as articulações de perto.
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