Poder e Governo
Alcolumbre não responde a tentativas de contato de Messias desde semana passada
Advogado-Geral da União, Jorge Messias, foi indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não tem retornado as tentativas de contato de Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde a semana passada, Messias busca aproximação institucional com o presidente da Casa, mas não obteve resposta. A relação entre ambos foi estremecida após a escolha de Lula, já que Alcolumbre defendia Alexandre Silveira (PSD-MG) para a vaga e demonstrou incômodo com a decisão.
Diante da falta de comunicação, o advogado-geral da União divulgou, na segunda-feira, uma carta pública endereçada a Alcolumbre. No texto, Messias afirma ser seu "dever" colocar-se à disposição do presidente do Senado para o escrutínio constitucional, destacando sua trajetória no próprio Senado, onde atuou anos atrás sob o acolhimento do atual presidente da Casa.
“Durante um período significativo de minha carreira, fui acolhido pelo presidente Davi para trabalhar no Senado Federal, onde, próximo aos demais membros daquela Alta Casa Legislativa, aprendi a dimensionar a atividade política como um espaço nobre de definição de rumos e administração de conflitos em nossa sociedade (...) Acredito que, juntos, poderemos sempre aprofundar o diálogo e encontrar soluções institucionais que promovam a valorização da política, por intermédio dos melhores princípios da institucionalidade democrática”, diz um trecho da carta.
Também na segunda-feira, Alcolumbre respondeu à manifestação de Messias por meio de outra carta. O senador afirmou que analisará a indicação ao STF "no momento oportuno", sem estabelecer prazo, e ressaltou ter recebido a manifestação "com respeito institucional".
"O Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, toma conhecimento, com respeito institucional, da manifestação pública do indicado ao Supremo Tribunal Federal. Reafirma que o Senado Federal cumprirá, com absoluta normalidade, a prerrogativa que lhe confere a Constituição: conduzir a sabatina, analisar e deliberar sobre a indicação feita pelo Presidente da República. Cada Poder da República atua dentro de suas próprias atribuições, preservando o equilíbrio institucional e o respeito aos ritos constitucionais. E o Senado assim o fará, no momento oportuno, de maneira que cada senador e cada senadora possa apreciar devidamente a indicação e manifestar livremente seu voto", afirma o texto divulgado pelo senador.
No governo, a frase "analisar a indicação em momento oportuno" foi interpretada como um sinal de que a votação pode ser adiada para 2026.
O mal-estar nos bastidores do Senado foi admitido nesta segunda-feira pelo líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), que reconheceu um ambiente de "tensão muito grande" e "controvérsia" diante da escolha de Lula, o que pode empurrar a votação para o próximo ano.
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