Poder e Governo
Após visita, Flávio diz que pai está 'inconformado' com prisão preventiva
Filho mais velho foi escolhido como porta-voz político do ex-presidente em reunião de emergência na sede do PL nesta segunda-feira
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro está "indignado e inconformado" com a prisão preventiva decretada contra ele, após visita realizada à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. O ex-presidente foi levado ao local após violar a tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão domiciliar.
— Ele está indignado e inconformado. [Ele disse]: O que eu fiz para estar aqui? — relatou Flávio, transmitindo o sentimento do pai após o encontro.
Segundo o senador, Bolsonaro pediu que ele levasse um "pedido direto" ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para que seja pautado o projeto de dosimetria da pena dos envolvidos nos atos golpistas.
— Acabei de sair daqui. É um pedido direto dele a Motta e Alcolumbre — afirmou Flávio Bolsonaro.
O ex-presidente recebeu nesta terça-feira as visitas dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro, autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Cada um pôde permanecer com o pai por 30 minutos, em horários separados, conforme decisão judicial. Na quinta-feira, o vereador Jair Renan também deve visitá-lo, caso obtenha autorização do Supremo.
Na segunda-feira, o PL realizou uma reunião de emergência em sua sede, em Brasília, reunindo Flávio, Michelle Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Jair Renan, o advogado Paulo Bueno e parlamentares alinhados ao núcleo ideológico do partido. Após o encontro, Flávio afirmou que o "objetivo único" da oposição agora é aprovar a anistia aos condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro, o que beneficiaria o ex-presidente.
A prisão preventiva de Bolsonaro foi mantida por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que referendou a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Moraes, Bolsonaro "violou dolosa e conscientemente" a tornozeleira eletrônica, danificando o equipamento com um ferro de solda. O voto do ministro rebateu o argumento da defesa, que alegava "confusão mental" do ex-presidente devido ao uso de medicamentos.
Bolsonaro está detido em uma sala especial na Superintendência da PF, com cerca de 12 metros quadrados, cama de solteiro, ar-condicionado, frigobar, banheiro privativo e televisão. O espaço passou por reforma recente diante da possibilidade de prisão do ex-presidente em função dos processos judiciais em andamento.
A sala tem características semelhantes àquela onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou detido na Superintendência da PF em Curitiba. Na ocasião, Lula cumpriu pena de 12 anos por condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), posteriormente anulada pelo Supremo.
A legislação brasileira garante que autoridades com prerrogativa de função, como ex-presidentes, tenham direito a espaços compatíveis com a chamada "sala de Estado-Maior", assegurando condições dignas e proteção à integridade física do detido.
Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe após as eleições de 2022 e cumpria prisão domiciliar desde agosto.
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