Poder e Governo

PM usa spray de pimenta para conter briga após comemoração com champanhe onde Bolsonaro está preso em Brasília

Ex-presidente Jair Bolsonaro permanece detido na Superintendência da Polícia Federal

Agência O Globo - 23/11/2025
PM usa spray de pimenta para conter briga após comemoração com champanhe onde Bolsonaro está preso em Brasília
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro - Foto: Reprodução

A Polícia Militar do Distrito Federal utilizou spray de pimenta para conter uma confusão, na tarde deste domingo, em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro segue preso preventivamente.

O tumulto teve início quando um manifestante contrário a Bolsonaro estourou uma garrafa de champanhe para comemorar a prisão do ex-presidente, decretada na manhã de sábado.

A atitude provocou reação dos apoiadores de Bolsonaro, que cercaram o manifestante. Um dos apoiadores pediu um pouco da bebida, mas acabou arremessando a garrafa no chão, o que deu início a uma briga. Nesse momento, um policial militar interveio e usou spray de pimenta para dispersar os envolvidos.

Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de sábado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

A decisão de Moraes atendeu a um pedido da PF, que argumentou a necessidade de garantir a ordem pública. Segundo a corporação, uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, no condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, poderia gerar "tumulto" e criar "ambiente propício para fuga".

"O conteúdo da convocação para a referida 'vigília' indica a possível tentativa da utilização de apoiadores do réu Jair Messias Bolsonaro, em aglomeração a ser realizada no local de cumprimento de sua prisão domiciliar, com a finalidade de obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar", afirmou Moraes.

O ministro do STF também destacou que Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado, fato admitido pelo próprio ex-presidente aos agentes que estiveram em sua residência para averiguar a ocorrência.

"A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", escreveu Moraes.

A decisão de Alexandre de Moraes será analisada pelos demais ministros da Primeira Turma do STF em sessão virtual extraordinária, marcada para segunda-feira.