Poder e Governo

Defesa de Bolsonaro tem até a tarde deste domingo para explicar violação de tornozeleira

Prazo dado por Alexandre de Moraes a advogados do ex-presidente vence às 16h30

Agência O Globo - 23/11/2025
Defesa de Bolsonaro tem até a tarde deste domingo para explicar violação de tornozeleira
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução / Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até as 16h30 deste domingo para apresentar explicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a violação da tornozeleira eletrônica, ocorrida na madrugada de sábado. O dano ao equipamento foi uma das justificativas para a decretação da prisão preventiva de Bolsonaro.

No sábado, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, estabeleceu o prazo de 24 horas para que os advogados se manifestem. A decisão foi tomada após a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal apresentar um relatório técnico e um vídeo que mostram o equipamento danificado, além da admissão do próprio Bolsonaro de que tentou abrir o dispositivo com um ferro de solda.

De acordo com o documento, Bolsonaro relatou que "fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento". A gravação mostra a tornozeleira queimada e registra, ao fundo, o diálogo entre Bolsonaro e a diretora adjunta do Cime, Rita Gaio.

— O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?

— Meti ferro quente aí. Curiosidade.

— Que ferro foi? Ferro de passar?

— Não, ferro de solda.

Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de sábado, por determinação de Moraes, e encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, que apontou a necessidade de garantir a ordem pública. A corporação argumentou que uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, no condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, poderia provocar "tumulto" e criar "ambiente propício para sua fuga".

Segundo Moraes, "o conteúdo da convocação para a referida 'vigília' indica a possível tentativa de utilização de apoiadores do réu Jair Messias Bolsonaro, em aglomeração a ser realizada no local de cumprimento de sua prisão domiciliar, com a finalidade de obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar".

O ministro também destacou, em sua decisão, a violação da tornozeleira eletrônica: "A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho".

Bolsonaro permanecerá na Superintendência da Polícia Federal pelo menos até domingo, quando passará por audiência de custódia para avaliar a legalidade da prisão preventiva. Na segunda-feira, a decisão de Moraes será analisada pelos demais ministros da Primeira Turma do STF, em sessão virtual extraordinária.