O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocou uma vigília religiosa em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, na véspera da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo na manhã deste sábado. A manifestação foi marcada para as 19h, em frente ao condomínio Solar de Brasília 2, no Jardim Botânico, onde Bolsonaro reside, com o objetivo de orar pela "saúde" do ex-presidente e "pela liberdade do Brasil".

“Vamos invocar o Senhor dos Exércitos! A oração é a verdadeira armadura do cristão. É por meio dela que vamos vencer as injustiças, as lutas e todas as perseguições. Tenho um convite especial para você: assista ao vídeo até o final! VIGÍLIA PELA SAÚDE DE BOLSONARO E PELA LIBERDADE NO BRASIL! Sábado, 22 de novembro, 19h, no balão do Jardim Botânico, na altura do condomínio Solar de Brasília 2”, publicou Flávio em sua conta no X nesta sexta-feira.

A Polícia Federal solicitou a prisão preventiva de Bolsonaro por descumprimento de medida cautelar, e não em decorrência de condenação definitiva pela suposta trama golpista — sentença que ainda aguarda trânsito em julgado e está sujeita a recursos.

A decisão do STF determinou que o mandado fosse cumprido sem uso de algemas e sem “qualquer exposição midiática”.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A decisão do ministro Alexandre de Moraes veio após a decretação da prisão preventiva do deputado Alexandre Ramagem, também condenado no mesmo processo. Ramagem deixou o país e atualmente está nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, a defesa de Bolsonaro solicitou ao STF a concessão de uma "prisão domiciliar humanitária".

Trama golpista

No caso da chamada trama golpista, a Primeira Turma do STF considerou Bolsonaro culpado, por quatro votos a um, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Votaram a favor da condenação os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux foi o único voto divergente.

Também foram condenados como integrantes do núcleo central da trama os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada; e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), cujo processo foi suspenso pela Câmara até o fim do mandato em relação aos crimes de dano ao patrimônio e deterioração de patrimônio tombado.