Poder e Governo
Quem é Jorge Messias, indicado por Lula para o STF
Advogado-geral da União é o terceiro escolhido por Lula para o Supremo nesta gestão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Caso seja aprovado pelo Senado, Messias assumirá a vaga aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
Quem é Jorge Messias?
De pupilo da ex-presidente Dilma Rousseff a ministro de Lula, agora indicado para a cúpula do Judiciário, Jorge Messias trilhou uma trajetória política alinhada ao PT e ao governo federal. Segundo pessoas próximas, sua lealdade ao partido, mesmo nos momentos de maior adversidade, e sua conduta irrepreensível junto a Lula foram determinantes para que fosse escolhido para ocupar a vaga de Barroso.
Ao assumir o comando da defesa do governo federal na Corte e coordenar as estratégias jurídicas da gestão petista, Messias imprimiu um perfil mais político à Advocacia-Geral da União (AGU) e passou a integrar o núcleo de ministros responsáveis por buscar soluções para os principais conflitos do governo. Como advogado-geral, tornou-se o principal interlocutor de Lula no Supremo, com trânsito entre os 11 ministros da Corte.
No final de 2023, Messias foi um dos responsáveis por aproximar Lula e Barroso, quando o magistrado assumiu a presidência do STF. Na ocasião, Messias e o ministro Cristiano Zanin atuaram para que Lula e Barroso superassem antigos desentendimentos. À frente da AGU, Messias também estreitou relações com os ministros Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Messias chegou ao círculo mais próximo de Lula pelas mãos da ex-presidente Dilma Rousseff, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). É considerado por lideranças do PT um quadro fiel ao partido, que permaneceu ao lado da legenda mesmo nos períodos mais críticos.
Servidor público de carreira, Messias foi procurador do Banco Central e da Fazenda Nacional. Participou do movimento sindical das carreiras da AGU e atuou no Ministério da Educação, durante a gestão de Mercadante, onde foi secretário de Regulação. Nesse período, aproximou-se ainda mais de dirigentes do PT.
No governo Dilma, exerceu a função de subchefe de Assuntos Jurídicos e trabalhou com a ex-presidente em um dos momentos mais delicados do PT à frente do Palácio do Planalto. Seu nome ganhou notoriedade nacional após uma interceptação telefônica, divulgada durante a Operação Lava Jato, expor uma conversa entre Lula e Dilma, em março de 2016. Na ocasião, Dilma avisou a Lula que enviaria, por meio de "Bessias", um termo de posse para que ele assinasse e assumisse o cargo de ministro da Casa Civil. A interceptação ocorreu depois que o então juiz Sergio Moro determinou a interrupção das gravações pelas operadoras de telefonia, o que levou o Supremo Tribunal Federal a considerar ilegal a divulgação do áudio.
Messias e Dilma mantiveram proximidade ao longo dos anos. A ex-presidente participou da cerimônia de posse de Messias como ministro da AGU, em 2023, e de um jantar reservado à família e amigos. Em 2019, Messias atuou no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA). Com a vitória de Lula em 2022, ganhou destaque já na equipe de transição, coordenando o grupo responsável por Transparência, Integridade e Controle.
No atual governo, construiu uma relação próxima com a ministra da Gestão, Esther Dweck, e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Entre seus principais aliados, também estão os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
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