Uma comitiva formada por quatro senadores aliados de Jair Bolsonaro realizou, nesta segunda-feira, uma visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, diante da possibilidade de o ex-presidente cumprir pena na unidade. Os parlamentares divulgaram um vídeo nas redes sociais em que relatam ter feito uma inspeção técnica para avaliar as condições gerais do complexo, sem acesso às celas onde Bolsonaro poderia ser eventualmente alocado.

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou, nesta terça-feira, o acórdão que oficializa o resultado do julgamento dos recursos do ex-presidente, mantendo a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão.

No vídeo, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, destaca que a principal preocupação da comitiva é o estado de saúde de Jair Bolsonaro. Segundo ela, seria necessário avaliar "em quanto tempo" um preso pode receber atendimento médico em caso de emergência. Para Damares, Bolsonaro possui um "problema gravíssimo" de saúde que exigiria resposta médica em até 20 minutos.

Os senadores também afirmam ter visitado a ala destinada a idosos privados de liberdade e relataram ter encontrado detentos doentes, dificuldades na alimentação e situações consideradas "muito tristes". A comitiva informou que pretende elaborar um relatório detalhado com as observações feitas durante a diligência.

Os parlamentares criticaram a falta de autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que a Comissão de Direitos Humanos visitasse as celas onde Bolsonaro poderia ficar custodiado. Eles mencionaram que um pedido semelhante para vistoriar detentos do 8 de Janeiro também não foi atendido neste ano, classificando a postura do Supremo como "má vontade".

Ao longo do vídeo, os senadores reiteram a defesa do ex-presidente, afirmando que Bolsonaro "não cometeu crime" e estaria sendo alvo de "perseguição política". Também sustentam que, por ser militar da reserva, ele não deveria ser encaminhado à Papuda, e consideram mais adequado mantê-lo em regime domiciliar, caso venha a ser preso.

O relatório da visita deve ser finalizado nesta terça-feira. O Supremo Tribunal Federal ainda não definiu oficialmente onde Jair Bolsonaro cumprirá a pena à qual foi condenado.