Poder e Governo
Eduardo Bolsonaro reage após Moraes votar por aceitar denúncia: 'Fora da jurisdição da Corte'
Deputado é acusado de coação no curso do processo, por atuar nos EUA em favor de sanções contra autoridades brasileiras; Flávio Dino também votou pela aceitação
Após o ministro Alexandre de Moraes votar pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o parlamentar se manifestou nas redes sociais, compartilhando uma publicação do influenciador Paulo Figueiredo que critica a decisão. Eduardo foi acusado de coação no curso do processo, em razão de sua atuação nos Estados Unidos em defesa de sanções contra autoridades brasileiras. O ministro Flávio Dino também acompanhou o voto pela aceitação da denúncia.
"Denunciado sem citação, por ato lícito praticado fora da jurisdição da corte", escreveu Paulo Figueiredo no X (antigo Twitter). "Agora, será o primeiro político julgado in absentia, sem defesa, em nossa história recente. Não é apenas uma vingança pessoal do Alexandre, mas uma tentativa vã de retirar Eduardo Bolsonaro das urnas", completou.
Caso a posição de Moraes prevaleça entre os ministros, Eduardo Bolsonaro se tornará réu e será aberta uma ação penal. O julgamento do mérito do processo, com possibilidade de absolvição ou condenação, ocorrerá em momento posterior.
Em seu voto, Alexandre de Moraes afirmou: "A Procuradoria-Geral da República demonstrou presença da justa causa necessária para a instauração de ação penal contra o acusado Eduardo Nantes Bolsonaro, tendo detalhado sua conduta criminosa".
O julgamento teve início nesta sexta-feira (22) no plenário virtual do STF e está previsto para durar até o dia 25 de novembro. Ainda votarão a ministra Cármen Lúcia e os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Entenda a acusação
A denúncia baseou-se principalmente em declarações públicas de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo Filho. O procurador-geral Paulo Gonet destacou que ambos reconheceram, em publicações nas redes sociais, entrevistas e outras manifestações, a própria atuação para incentivar autoridades americanas a impor sanções ao Brasil. Também foram utilizadas como provas trocas de mensagens entre Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na denúncia, o procurador-geral afirmou que "os fatos expostos nesta acusação repousam em sólido acervo probatório, composto, especialmente, por declarações públicas dos próprios investigados, em suas redes sociais e em entrevistas, bem como por dados extraídos de aparelhos celulares apreendidos".
"A dupla denunciada anunciava as sanções previamente, celebrava quando eram impostas e as designava, elas próprias, como prenúncio de outras mais, caso o Supremo Tribunal não cedesse. As providências foram obtidas com porfiado esforço pela dupla, conforme os denunciados — eles próprios — triunfalmente confessam", escreveu Gonet.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
3ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados