Poder e Governo

Após desgaste, Macêdo diz que deixa o governo para construir candidatura a deputado em 2026

Macêdo foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência por dois anos e nove meses e deve concorrer a deputado federal por Sergipe no ano que vem

Agência O Globo - 21/10/2025
Após desgaste, Macêdo diz que deixa o governo para construir candidatura a deputado em 2026
Márcio Macedo - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ex-ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo afirmou que está deixando o cargo para disputar as eleições de 2026. Macêdo deve concorrer a deputado federal por Sergipe. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo.

“Em conversa com o presidente Lula, ficou definido que deixarei o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República para disputar as eleições de 2026”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.

Macêdo ocupava um dos cargos mais próximos a Lula no Palácio do Planalto. A Secretaria-Geral tem como atribuição fazer interlocução do governo com a sociedade civil e os movimentos sociais. O ex-ministro afirmou que sai com “sentimento de dever cumprido”:

“Saio com o sentimento de dever cumprido e com a certeza de que entregamos tudo o que prometemos durante a campanha", afirmou Macêdo.

Com a troca, Lula quer ter no comando da Secretaria-Geral, pasta que faz interlocução com movimentos sociais e a sociedade civil, um nome que tenha canal direto com essas entidades e capacidade de mobilização. A estratégia de intensificar a relação com os movimentos sociais está ligada a disputa eleitoral do ano que vem. Boulos iniciou sua atuação política como líder do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A expectativa é que Boulos fique no cargo até o fim do terceiro mandato de Lula em dezembro do ano que vem. Assim, o novo ministro não deve disputar a eleição de 2026, o que fará o PSOL sair em busca de outro puxador de votos em São Paulo para não perder espaço no Congresso.

Líder do movimento estudantil nos anos 1990, Márcio Macêdo é considerado um quadro relevante da burocracia partidária do PT, que ganhou a confiança de Lula quando organizou as caravanas pelo país antes do presidente ser preso em abril de 2018. Foi tesoureiro do PT e comandou as finanças da campanha de 2022, que foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Sou profundamente grato ao presidente Lula, com quem tenho caminhado lado a lado desde 2015, na tesouraria do PT, nas caravanas “Lula pelo Brasil”, na luta pela liberdade do presidente, na coordenação da campanha vitoriosa de 2022, na transição de governo e, nos últimos dois anos e nove meses, como ministro. Seguiremos juntos, com o mesmo compromisso e vontade de trabalhar pelo povo brasileiro!", disse o ex-ministro após a demissão.