Poder e Governo
Lula demite Márcio Macêdo da Secretaria-Geral da Presidência e anuncia Boulos

O ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi escolhido para assumir o cargo.
Com a troca, Lula quer ter no comando da Secretaria-Geral, pasta que faz interlocução com movimentos sociais e a sociedade civil, um nome que tenha canal direto com essas entidades e capacidade de mobilização. A estratégia de intensificar a relação com os movimentos sociais está ligada a disputa eleitoral do ano que vem. Boulos iniciou sua atuação política como líder do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Lula e Boulos tem uma relação pessoal e próxima. Nas eleições municipais de 2024, Boulos foi o único candidato para o qual Lula realmente se empenhou na campanha. Além de ter costurado a vice da chapa, Marta Suplicy, foi o fiador do repasse de fundo eleitoral do PT para a campanha do deputado e gravou propaganda eleitoral na sua casa, em São Paulo.
Em meados de abril, Lula sondou Boulos sobre a possibilidade dele assumir o cargo com assento no Palácio do Planalto. Lula quis saber se Boulos aceitaria abrir mão de disputar a eleição do ano que vem, para, caso seja nomeado, poder ficar no cargo até o fim do mandato do petista. O deputado vem indicando a aliados que poderá abrir mão de disputar a eleição para entrar no governo.
No mês passado, Lula já havia indicado a aliados que faria a troca na Secretaria-Geral. Na ocasião, Macêdo chamou a possibilidade de “fogo amigo”.
— O presidente nunca tratou desse assunto comigo. É fogo amigo. Essas coisas não me abalam. Não vou me mover por fofoca — disse na ocasião ao colunista Bernardo Mello Franco
Durante a gestão de Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência, Lula reclamou publicamente do ministro em mais de uma ocasião.
Em dezembro de 2023, no evento Natal dos Catadores, em São Paulo, o presidente Lula pediu “menos discurso e mais entrega” a Macêdo e cobrou que o ministro e os catadores tivessem uma pauta de reivindicações.
Em maio de 2024, Lula reclamou de falta de “esforço necessário” para levar manifestantes ao ato do Dia do Trabalho convocado pelas centrais sindicais em São Paulo.
— Eu disse para o Márcio que o ato está mal convocado. Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar — afirmou Lula à época, diante de uma plateia esvaziada.
No período em que esteve à frente da Secretaria-Geral, Macêdo sempre foi alvo de fogo amigo dentro do Palácio do Planalto e em altas do PT que avaliava que o ex-ministro tinha atuação apagada em uma pasta que sempre teve protagonismo em governo petistas, com capacidade de articulação e de formular políticas. Nos primeiros dois mandatos de Lula, a cadeira foi ocupada por Luiz Dulci, aliado histórico do petista e um dos fundadores do PT.
O entorno presidencial também argumentava que Macêdo acabou "esquecido" por Lula, com poucas agendas com o petista e ainda menos protagonismo em sua pasta.
Agora, aliados de Lula veem a troca como importante para que Boulos possa mobilizar a base de apoio petista já com foco na campanha de 2026.
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