Internacional
EUA e Ucrânia reformulam plano de paz apresentado por Trump
Pontos sensíveis serão discutidos diretamente por presidentes
As delegações de Estados Unidos e Ucrânia redigiram um novo plano de paz de 19 pontos, nove a menos que os 28 contidos inicialmente na proposta do presidente Donald Trump, deixando que elementos politicamente mais "sensíveis" sejam definidos pelos mandatários dos dois países.
A informação é do vice-ministro ucraniano das Relações Exteriores, Sergiy Kyslytsya, que, em entrevista ao jornal Financial Times, declarou que o encontro do último fim de semana em Genebra, na Suíça, foi marcado por um esforço "intenso" e "produtivo".
O novo esboço, segundo Kyslytsya, tem "pouco em comum" com a versão inicial, que impunha duras condições para a Ucrânia obter a tão almejada paz com a Rússia.
"Pouquíssimos elementos da versão original prevaleceram", disse o vice-ministro.
As duas delegações agora informarão os presidentes Trump e Volodymyr Zelensky e, na sequência, a Casa Branca entrará em contato com o Kremlin para tentar avançar nas tratativas.
"O plano de 28 pontos não existe mais. Alguns pontos foram eliminados, outros foram modificados. Nenhum comentário do lado ucraniano ficou sem resposta", assegurou Oleksandr Bevz, assessor do chefe de Gabinete de Zelensky.
A proposta inicial americana estabelecia que a Ucrânia cederia toda a região da Bacia do Don (Donbass), incluindo as províncias de Donetsk e Lugansk, à Rússia e limitaria seu exército a 600 mil efetivos.
Além disso, previa anistia para os dois países, impedindo que dirigentes russos fossem processados por crimes de guerra, e um pacto de não agressão entre Europa, Rússia e Ucrânia, determinando que todas as "ambiguidades" dos últimos 30 anos fossem consideradas "resolvidas".
O plano inicial de Trump ainda fixava a realização de eleições para a sucessão de Zelensky em até 100 dias após a assinatura do acordo e colocava a usina de Zaporizhzhia, maior central nuclear da Europa, sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), com a eletricidade distribuída igualmente entre Ucrânia e Rússia.
Nenhum soldado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria enviado para o território ucraniano, enquanto Kiev abriria mão definitivamente de entrar na aliança militar. Em troca, a Ucrânia obteria "garantias de segurança" da Otan contra eventuais futuros ataques de Moscou.
Ainda não se sabe o teor da proposta reformulada pelas delegações americana e ucraniana.
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