Internacional
Trump sanciona lei para liberar arquivos de Epstein
Governo tem até 30 dias para revelar detalhes de documentos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (20) que sancionou o projeto de lei que determina a divulgação de todos os arquivos da investigação sobre o bilionário Jeffrey Epstein.
O mandatário, que foi amigo do pedófilo e citado em diversas mensagens trocadas entre eles, buscou envolver a oposição no caso ao comunicar sua assinatura.
"Acabei de sancionar a lei para liberar o dossiê Epstein", escreveu o republicano no Truth sobre a medida aprovada na terça-feira (18) pelo Senado americano após receber aval da Câmara dos Representantes.
"Jeffrey Epstein, indiciado pelo Departamento de Justiça de Trump em 2019, foi um democrata de longa data, doou milhares de dólares para políticos democratas e tinha fortes laços com muitas figuras proeminentes do partido, como [o ex-presidente dos EUA] Bill Clinton", acrescentou o mandatário, que tenta se afastar da polêmica.
"Talvez, a verdade sobre esses democratas e seus laços com Jeffrey Epstein seja revelada em breve", concluiu.
O projeto obriga o governo Trump a liberar todos os documentos relacionados ao inquérito sobre Epstein, incluindo detalhes sobre sua morte na prisão, em até 30 dias após a sanção.
Informações pessoais de vítimas ou dados de investigações ainda em curso podem ser preservados. No entanto, a lei proíbe qualquer censura baseada em "constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política".
Pouco antes da aprovação pelo Senado, Trump minimizou a importância da iniciativa em uma publicação nas redes sociais: "Não me importo quando o Senado aprovar o projeto de lei da Câmara, seja hoje à noite ou em algum momento no futuro próximo".
Listando uma série de ações de seu segundo mandato, ele afirmou não querer que "os republicanos tirem os olhos de todas as vitórias" alcançadas, mencionando o projeto de "fronteiras fechadas", a "proibição de homens em esportes femininos", o "fim da inflação recorde" atribuída ao governo de Joe Biden, além de cortes de impostos, redução de regulações, "fim de guerras" e "reconstrução das forças armadas".
Epstein foi acusado em 2019 de comandar uma rede de tráfico sexual de menores e se suicidou na cadeia enquanto aguardava julgamento, porém o caso sempre atraiu atenção devido aos rumores sobre uma suposta "lista de clientes" que incluiria personalidades da política e da mídia.
O bilionário frequentava a casa de Trump nos anos 1990 e manteve relação de amizade também com Bill e Hillary Clinton, entre outros influentes. Recentemente, o Departamento de Justiça divulgou um memorando em que nega a existência dessa lista de clientes, o que provocou críticas até na base trumpista.
Nas últimas semanas, e-mails divulgados por democratas do Comitê de Supervisão da Câmara indicaram que Epstein afirmou que Trump passou "horas" em sua casa com uma mulher descrita como vítima de tráfico sexual e "sabia das garotas" envolvidas no esquema.
O presidente dos EUA foi mencionado repetidas vezes em mensagens trocadas ao longo dos últimos 15 anos entre Epstein, sua ex-namorada e cúmplice Ghislaine Maxwell — condenada por tráfico sexual de menores — e o escritor Michael Wolff, autor de livros sobre Trump.
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