Internacional

Epstein contradisse Trump sobre fim de amizade; republicano reage

Conversa consta em e-mails revelados por democratas

Redação ANSA 14/11/2025
Epstein contradisse Trump sobre fim de amizade; republicano reage
Trump e Epstein eram amigos e teriam passado feriado juntos - Foto: © ANSA/EPA

Um novo e-mail divulgado pelo Comitê de Supervisão da Câmara de Representantes dos Estados Unidos revelou que o bilionário Jeffrey Epstein - condenado por pedofilia e morto em 2019 - passou o "Dia de Ação de Graças" de 2017 com presidente Donald Trump e outras pessoas.

A informação foi compartilhada nesta sexta-feira (14) por diversos meios de comunicação norte-americanos e contradiz a alegação do republicano de que encerrou sua amizade com Epstein por volta de 2004.

De acordo com o comitê, o falecido financista mencionou Trump em uma troca de e-mails datada de 23 de novembro de 2017 - o Dia de Ação de Graças daquele ano - sobre seus planos para o feriado.

Na conversa, Faith Kates, fundadora da Next Model Management, perguntou a Epstein onde ele passaria o dia. Ele então respondeu "Eva", possivelmente uma referência à sua ex-namorada Eva Andersson-Dubin.

Kates observou que, portanto, "Glenn" deveria estar lá, uma provável referência a Glenn Dubin, marido de Andersson-Dubin. Na sequência, ela insistiu: 'Quem mais está lá?'. Por sua vez, Epstein respondeu: "David Fizel, Hanson, Trump". "Divirta-se!", concluiu ela.

Os documentos mostram que o líder norte-americano passou seu primeiro "Dia de Ação de Graças" como presidente em suas propriedades na Flórida, incluindo seu clube privado Mar-a-Lago e algumas horas no Trump International Golf Club em West Palm Beach.

Recentemente, o magnata havia dito que sua amizade com Epstein chegou ao fim em 2004 e, inclusive, expulsou ele de seu clube na Flórida após o financista ter o traído mais de uma vez ao contratar seus funcionários.

Em resposta a perguntas sobre a conversa, a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, disse à imprensa local que "esses e-mails não provam absolutamente nada".

Trump, por sua vez, criticou a divulgação dos e-mails e disse que Epstein seria um "democrata". Para ele, o caso deve ser tratado como responsabilidade do Partido Democrata.

"Perguntem a Bill Clinton, Reid Hoffman e Larry Summers sobre Epstein; eles sabem tudo sobre ele. Não percam tempo com Trump. Eu tenho um país para governar!", escreveu ele em sua rede Truth Social.

Trump retomou ainda acusações frequentes contra seus adversários políticos, dizendo que democratas estariam tentando ressuscitar "a farsa de Epstein", apesar do Departamento de Justiça ter divulgado 50 mil páginas de documentos, para desviar a atenção de todas as suas políticas ruins e derrotas.

O republicano ressaltou ainda que seus opositores estão usando o caso Epstein para evitar lidar especialmente com "o constrangimento da paralisação do governo, onde seu partido está em total caos e não tem ideia do que fazer".

O presidente dos EUA também criticou republicanos que, segundo ele, teriam aderido à narrativa adversária por serem "fracos".

Por fim, anunciou que pedirá à "Procuradora-Geral Pam Bondi e ao Departamento de Justiça, juntamente com nossos grandes patriotas do FBI, que investiguem o envolvimento e a relação de Epstein com Bill Clinton, Larry Summers, Reid Hoffman, J.P. Morgan Chase e muitas outras pessoas e instituições, para determinar o que estava acontecendo com eles".

Ele também voltou a criticar seus adversários, dizendo tratar-se de "mais uma farsa sobre a Rússia, Rússia, Rússia, com todas as flechas apontando para os democratas".

Em sua publicação, Trump alegou que "documentos mostram" interações frequentes dessas pessoas com Epstein e visitas à chamada "ilha" do financista.

Larry Summers foi secretário do Tesouro entre 1999 e 2001, durante o governo Bill Clinton, e dirigiu o Conselho Econômico Nacional de 2009 a 2010, sob Barack Obama. Ele também presidiu a Universidade Harvard de 2001 a 2006.

Já Reid Hoffman é empreendedor da área de tecnologia, investidor de risco, podcaster e autor. Ambos tiveram contatos anteriores com Epstein, conforme registros já divulgados ao longo dos anos, embora neguem qualquer irregularidade.