Internacional

Justiça da Itália confirma prisão de assassino de brasileira

Defesa alegou que estado mental de Douglas Pedroso 'é perturbado'

Redação ANSA 01/11/2025
Justiça da Itália confirma prisão de assassino de brasileira
- Foto: Reprodução

A justiça italiana confirmou nesta sexta-feira (31) a prisão preventiva de Douglas Reis Pedroso, brasileiro de 41 anos que confessou ter assassinado a facadas a ex-companheira Jéssica Stappazzollo, de 33 anos, também brasileira.

O crime ocorreu em Castelnuovo del Garda, na província de Verona, e chocou a comunidade local pela brutalidade dos fatos.

Segundo a juíza de instrução preliminar do Tribunal de Verona, Paola Vacca, o brasileiro confessou ter matado sua ex-companheira, mas apresentou uma versão com muitas lacunas, sem explicar o que desencadeou a fúria que o levou a golpear a mulher de 33 anos 27 vezes.

Além disso, Pedroso alegou não se lembrar por que havia consumido drogas.

Após a audiência de confirmação da prisão, realizada na penitenciária de Montorio, o advogado de defesa do criminoso, Roberto Canevaro, limitou-se ao falar com os repórteres apenas as seguintes palavras: "O estado mental do meu cliente é perturbado."

Canevaro e seu colega Adrian Hila permaneceram na prisão por cerca de duas horas e meia com Pedroso, mas ambos se recusaram a fornecer mais detalhes sobre a estratégia de defesa.

De acordo com as autoridades italianas, o brasileiro foi detido na noite de 28 de outubro em Valeggio sul Mincio, após ele próprio ter confessado o crime aos carabineiros e expressado pensamentos suicidas.

O homem, que já possuía antecedentes por violência doméstica e envolvimento com drogas, apresentava-se em estado visivelmente alterado no momento da prisão.

Pedroso já era conhecido da polícia e possuía condenação anterior por se recusar a realizar o teste do bafômetro.

De acordo com as autoridades, ele também tinha diversos antecedentes criminais, incluindo maus-tratos e lesões corporais contra a vítima, cometidos entre agosto de 2024 e abril de 2025.

Durante uma investigação preliminar, em abril deste ano, o agressor chegou a ser preso e ficou sob medida cautelar após atacar Jéssica. Na ocasião, ele a jogou no chão, arrastou pelos cabelos no asfalto, desferiu três socos em seu rosto e a feriu várias vezes com a chave do carro.

O feminicídio representa o ápice de uma série de agressões sofridas pela brasileira. Apesar do histórico de violência, o agressor estava sob monitoramento eletrônico, mas não utilizava o dispositivo no momento em que foi detido.

Pouco depois da prisão, a polícia, com apoio dos bombeiros, invadiram o apartamento do suspeito em Castelnuovo del Garda, onde encontraram o corpo da vítima, morta a facadas.

Segundo as primeiras informações da perícia, a vítima apresentava um número incalculável de ferimentos, o que reforça a hipótese de um crime cometido com extrema violência.

A autópsia do corpo de Jéssica será realizada nas próximas horas no Instituto de Medicina Legal do Policlínico Borgo Roma, para determinar com precisão as causas da morte e o horário do crime.

A vítima tinha uma filha de um relacionamento anterior, cuja guarda exclusiva, devido a repetidos casos de violência doméstica, ficou com o pai.