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Protestos tomam conta da Itália após Israel bloquear flotilha

Protestos tomam conta da Itália após Israel bloquear flotilha

Redação ANSA 02/10/2025
Protestos tomam conta da Itália após Israel bloquear flotilha

Cidades de toda a Itália são palcos de protestos nesta quinta-feira (2) contra a interceptação dos barcos humanitários da Flotilha Global Sumud (GSF) pelas forças militares de Israel, após manifestações espontâneas já terem tomado conta das principais metrópoles do país na noite da última quarta (1º).

Movimentos estudantis ocuparam escolas e prédios de universidades em cidades como Roma, Milão, Turim, Gênova e Bolonha, em solidariedade às centenas de ativistas que foram detidos em águas internacionais enquanto tentavam levar ajuda humanitária a Gaza.

"Como tínhamos prometido, se tocassem na flotilha, bloquearemos tudo", disse um grupo de estudantes da Universidade Estatal de Milão.

A Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), maior sindicato do país, e a União Sindical de Base (USB) convocaram uma greve geral para esta sexta-feira (3), com previsão de manifestações em toda a Itália.

"A agressão contra navios civis que transportavam cidadãs e cidadãos italianos representa um fato de gravidade extrema", declarou a Cgil, acusando o governo da premiê Giorgia Meloni de ter "abandonado" compatriotas em "águas livres internacionais, violando os princípios constitucionais".

A USB já havia liderado uma greve nacional na semana passada, com manifestações que levaram cerca de 500 mil pessoas às ruas em 80 cidades do país, e agora disse que é hora de "bloquear tudo".

Ordem de estudantes e sindicatos é 'bloquear tudo'

Na noite de quarta, uma marcha espontânea em Roma após a interceptação da Flotilha Global Sumud já reuniu cerca de 10 mil manifestantes, enquanto ativistas ocuparam trilhos de estações de trem em Nápoles e Pisa.

Meloni, por sua vez, ironizou a paralisação programada para amanhã. "Eu esperava que os sindicatos, ao menos em uma questão tão importante, não tivessem convocado uma paralisação de sexta-feira. Um fim de semana prolongado não combina com revoluções", disse a premiê em conversa com jornalistas em Copenhague, na Dinamarca.

"Continuo acreditando que nada disso beneficie o povo palestino, mas parece que trará muitos problemas para o povo italiano", acrescentou.

Marcha espontânea em Roma reuniu cerca e 10 mil pessoas

Ao todo, pelo menos 22 italianos foram detidos por Israel nos barcos da GSF. Segundo o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, todos receberão assistência consular e estão em "boas condições".

As primeiras deportações podem começar já na sexta-feira, e quem se recusar a deixar voluntariamente o país judeu será submetido a um processo para expulsão forçada.