A Flotilha Global Sumud, que busca furar o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza e levar ajuda humanitária à população palestina, iniciou nesta sexta-feira (19) sua viagem rumo ao enclave, após uma série de adiamentos em função das condições meteorológicas e de problemas técnicos.

Uma frota de 18 barcos se encontrou na costa da Sicília, na Itália, com outros 24 provenientes da Tunísia e começou a navegar em direção a Gaza. No caminho, a flotilha se juntará a mais seis embarcações na Grécia, totalizando 48.

"Zarpamos, e desta vez não vamos parar", disse Maria Elena Delia, porta-voz da Flotilha Global Sumud, em Portopalo di Capo Passero, de onde partiu o comboio.

Alguns barcos chegaram a zarpar do porto de Augusta, na Sicília, no último sábado (13), porém a viagem foi interrompida devido a problemas técnicos na frota ancorada na Tunísia. "Queremos enviar uma mensagem humanitária e política", acrescentou Delia.

A flotilha leva cerca de 600 ativistas de mais de 40 nacionalidades, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, que deixou o comitê diretivo do grupo, o brasileiro Thiago Ávila e políticos italianos e de outros países europeus.

"É com grande emoção que deixamos a costa sul da Sicília e seguimos para Gaza. Será uma experiência desafiadora, mas estamos confiantes de que a levaremos até o fim", diz uma nota do deputado Arturo Scotto e da eurodeputada Annalisa Corrado, ambos do Partido Democrático (PD), principal força de oposição na Itália.

Ao longo dos últimos meses, Israel interceptou barcos humanitários com destino a Gaza e prendeu e deportou seus tripulantes, entre eles Greta e Ávila, mas é a primeira vez que uma flotilha com tantas embarcações parte rumo ao enclave.

O objetivo é furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa, onde a fome disseminada ameaça 100% da população, em meio à evacuação em massa da Cidade de Gaza, principal centro urbano do território.