Internacional

Tradicionalistas pressionam Papa a vetar bênção a casais homoafetivos

Associações enviaram carta com 'súplicas' ao pontífice

Redação ANSA 19/09/2025
Tradicionalistas pressionam Papa a vetar bênção a casais homoafetivos
Papa Leão XIV durante missa no Vaticano

Associações tradicionalistas de diversos países enviaram uma carta ao papa Leão XIV pedindo que ele revogue a controversa declaração "Fiducia Supplicans", com a qual o finado papa Francisco permitiu a bênção pastoral para casais homoafetivos.

No documento, as entidades solicitam que Robert Prevost reafirme os valores tradicionais da Igreja Católica sobre a família.

"Suplicamos que seja revogada a Declaração Fiducia Supplicans e reafirmado o veto de conceder qualquer tipo de bênção a casais homossexuais", diz o texto, que também questiona a exortação apostólica "Amoris Laetitia" ("Alegria do Amor"), publicada por Francisco em abril de 2016.

Essa exortação determina o acolhimento na Igreja Católica de casais tidos como "irregulares", como divorciados que se uniram em novo matrimônio no âmbito civil.

As associações pedem que seja "anulado o rescrito [carta papal em resposta a questionamentos] do papa Francisco que confere valor magistral à interpretação heterodoxa das ambiguidades da 'Amoris Laetitia', reiterando claramente que os divorciados recasados ;;civilmente não podem receber a absolvição sacramental nem, como pecadores públicos, a Sagrada Comunhão".

No poder há pouco mais de quatro meses, Leão XIV tem sido pressionado pelo clero ultraconservador a reverter medidas de Francisco em prol do acolhimento de minorias sexuais e divorciados.

Na semana passada, o influente cardeal Robert Sarah, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino, afirmou que o documento que autoriza a bênção para casais homoafetivos deveria ser "esquecido".

O Papa tem se mantido discreto sobre o tema, mas disse em uma entrevista publicada nesta quinta-feira (18) que não haverá mudanças na doutrina católica a respeito da homossexualidade e do casamento, embora a Igreja esteja aberta para "todos".