O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou nesta quarta-feira (10) para o "risco real" de a guerra na Ucrânia se alastrar após a invasão do espaço aéreo polonês por drones russos.

Dispositivos atribuídos à Rússia invadiram o espaço aéreo da Polônia na última madrugada e foram abatidos por caças do país e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que prometeu defender "cada centímetro" de seu território. Moscou, por sua vez, nega que tenha atacado Varsóvia deliberadamente.

"O incidente mais uma vez ressalta o impacto regional e o risco real de propagação deste conflito devastador", declarou Guterres através de seu porta-voz, Stephane Dujarric.

O Ministério do Interior polonês informou que a polícia identificou até o momento 15 drones, a maioria na área de Lublin, no leste da nação. Varsóvia teria movimentado aproximadamente 12 mil agentes para procurar os restos dos dispositivos.

"O espaço aéreo polonês foi violado 19 vezes por drones de fabricação russa. A nossa avaliação é que não foi um desvio de rota, mas um ataque deliberado. É hora de a liderança russa compreender que a tentativa de reconstruir o último império da Europa está fadada ao fracasso", declarou o ministro das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski.

Em um comunicado, Downing Street informou que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fez seus primeiros telefonemas após a incursão de drones na Polônia. O chefe de governo inglês manteve contato com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sua homóloga italiana, Giorgia Meloni, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e o mandatário polonês, Donald Tusk.

"A agressão contínua da Rússia é inaceitável e segue demonstrando que o presidente Putin não tem interesse na paz", disse Starmer.