Internacional
Mídia: artilharia alemã testa equipamentos israelenses para reduzir dependência de armas dos EUA
Projetadas por Israel, as armas de artilharia de foguetes PULS adotadas pela Alemanha abrem um precedente para as nações europeias no caminho da diversificação de seus fornecedores de armas, reduzindo a dependência de contratantes norte-americanos em um momento geopolítico delicado.
Líderes em Berlim formalizaram a decisão de adquirir o Sistema de Lançamento Preciso e Universal (PULS, na sigla em inglês) da Elbit, com um contrato de US$ 57 milhões (cerca de R$ 328,5 milhões) para cinco sistemas iniciais. A Alemanha escolheu o PULS por sua capacidade de disparar foguetes de vários calibres, de diferentes fabricantes, com alcances de até 300 quilômetros.
A preferência pelo PULS, em vez do sistema MARS II da Lockheed Martin, causou preocupação na gigante de defesa dos EUA, que teme perder participação de mercado. Especialistas que falaram à apuração da Defense News comparam a dinâmica do mercado de artilharia à das impressoras e cartuchos de tinta: uma vez que um governo escolhe um lançador, fica preso à linha de foguetes do fornecedor.
A munição padrão GMLRS Unitary da Lockheed normalmente só pode ser disparada de seus próprios lançadores, como o Himars, que tem sido eficaz na Ucrânia. No entanto, a Alemanha e alguns países europeus têm permissão para usar munições não norte-americanas em seus lançadores Lockheed, como os foguetes AT2.
Quando a Alemanha mostrou interesse no PULS, Washington atualizou o acordo para impedir o uso de mísseis Lockheed no sistema. Responsáveis oficiais de defesa alemães não comentaram a mudança, se referindo a um atraso "político" que caberia à administração Trump resolver.
A Lockheed Martin intensificou a pressão ao promover sua oferta concorrente, GMARS, argumentando que a Alemanha precisaria dele para usar seu estoque de foguetes GMLRS. A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) encomendou 1.818 novos mísseis GMLRS em 2020, mas doou vários para a Ucrânia.
Berlim não parece ter urgência em resolver a incompatibilidade PULS-Lockheed, pois ainda possui lançadores MARS para usar o estoque de GMLRS. Além disso, espera-se que futuros pedidos de mísseis levem os EUA a flexibilizar sua posição sobre lançadores obrigatórios.
Há também a consideração de depender de empresas europeias para construir mísseis nas variantes oferecidas pela Lockheed, eliminando a imprevisibilidade da produção ditada pelo Exército dos EUA.
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