Internacional
Do exagero militar à redução de receita: o que está causando aumento do déficit e da dívida dos EUA?
O governo Biden está deixando para seus sucessores uma bagunça orçamentária e a maior dívida governamental da história da humanidade.
O novo ano fiscal dos EUA acabou de começar, mas o déficit orçamentário federal já aumentou cerca de 287% para US$ 257 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) em outubro, ante US$ 67 bilhões (aproximadamente R$ 387,4 bilhões) em outubro de 2023, anunciou o Tesouro dos EUA.
O aumento do déficit — o maior desde 2020, foi atribuído à redução de 19% das receitas (cerca de R$ 445,2 bilhões), um aumento de gastos de 24% (mais de R$ 658,9 bilhões), principalmente militar, mas também relacionado à Previdência Social e Medicare, além de vários fatores "únicos".
Em termos anuais, o déficit atingiu US$ 1,8 trilhão (cerca de R$ 10,4 trilhões) em 2024, acima dos US$ 1,7 trilhão (aproximadamente R$ 9,8 trilhões) em 2023, com mais de US$ 1 trilhão (mais de R$ 5,7 trilhões) em pagamentos de juros sobre a gigantesca dívida de US$ 36 trilhões (cerca de R$ 208,1 trilhões) dos EUA — a maior despesa depois da Previdência Social, respondendo por bem mais da metade das despesas.
O novo Departamento de Eficiência Governamental de Trump prometeu ajudar a lidar com o déficit fornecendo "conselhos e orientações" sobre como cortar gastos, cortar burocracia e regulamentações, mas ainda não se sabe quais ou o quão eficazes serão as medidas sugeridas.
Os EUA têm déficits há quase todos os anos, exceto em 12, desde a Segunda Guerra Mundial, com os gastos aumentando drasticamente durante os anos Reagan e Bush (alimentados principalmente por gastos com defesa e guerras estrangeiras), a Grande Recessão pós-2008, resgates da pandemia de COVID-19 e a agenda de infraestrutura multitrilionária de Biden.
Washington conseguiu evitar em grande parte as penalidades associadas aos gastos perdulários graças ao status do dólar como moeda de reserva de fato do mundo, com os EUA podendo tomar emprestado e imprimir dinheiro sem sofrer nem de longe o mesmo tipo de risco inflacionário e de colapso monetário que outras nações sofreriam em circunstâncias semelhantes.
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