Internacional
Homens matam a tiros a diretora da penitenciária mais perigosa do Equador
María Daniela Icaza Resabala foi assassinada em Guayaquil, cidade que é o 'epicentro' da crise de segurança no país

A diretora da penitenciária considerada a mais perigosa do Equador foi morta a tiros nesta quinta-feira em Guayaquil, principal cidade equatoriana e espécie de “epicentro” da crise de segurança que assola o Equador. Ela foi a segunda chefe de uma unidade prisional a ser assassinada em menos de duas semanas.
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María Daniela Icaza Resabala, diretora da Penitenciária do Litoral, estava no banco do carona de um carro, nos arredores do complexo prisional, quando foi baleada ao lado do motorista, que sobreviveu. Ela chegou a ser levada com vida para um hospital, mas foi declarada morta pouco depois.
“Este serviço acionou todos os protocolos de investigação correspondentes, em coordenação com a Polícia Nacional, no sentido de esclarecer os factos e levar às autoridades os responsáveis por este lamentável acontecimento”, indicou, em comunicado, o serviço penitenciário nacional, o SNAI.
A polícia de Guayaquil indicou que já começou a investigar as circunstâncias do assassinato, assim como as pessoas envolvidas.
Lar de integrantes dos principais grupos criminosos que atuam no Equador, envolvidos no tráfico de drogas que está na raiz da crise de segurança do país, a Penitenciária do Litoral foi cenário de alguns dos mais sangrentos massacres no sistema carcerário equatoriano nos últimos anos. Em setembro de 2021, 123 detentos foram mortos durante uma rebelião, e um outro motim, cerca de dois meses depois, deixou outros 68 mortos. Desde 2021, morreram ali mais de 460 detentos.
No dia 4 de setembro, um outro diretor de penitenciária foi assassinado: Alex Guevara, que comandava o complexo prisional de Sucumbíos, foi morto a tiros dentro de seu carro — meses antes, em abril, o diretor da prisão de El Rodeo, na cidade costeira de Portoviejo, também foi morto por disparos feitos por desconhecidos, apenas cinco dias após assumir o cargo.
Com uma posição geográfica estratégica, o Equador se tornou base de organizações ligadas ao narcotráfico, que veem em seus portos um ponto de partida ideal para mandar seus produtos para outros continentes.
A expansão dos grupos criminosos levou a um aumento da violência: a taxa de homicídios, que em 2018, era de 5,7 a cada 100 mil habitantes, passou para 45,1 a cada 100 mil habitantes no ano passado. Durán, que fica nos arredores de Guayaquil, teve a maior taxa de toda a América Latina, com 148 homicídios a cada 100 mil habitantes — em 2017, a cidade aparecia na posição 453 da lista elaborada pelo Instituto Igarapé.
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Em 2022, o então presidente, Guillermo Lasso, chegou a declarar estado de emergência no Equador, e empregou recursos amplos de forças de segurança para tentar conter a onda de ataques, marcados por ataques a policiais e sequestros em praticamente todas as cidades equatorianas. Mas a estratégia não surtiu tanto efeito, e a campanha presidencial do ano passado foi marcada pelo assassinato de candidatos, incluindo de um postulante à Presidência, Fernando Villavicencio, e a um clima de medo ao redor da nação.
No começo do ano, a população aprovou, em referendo, um pacote de medidas apresentadas pelo atual presidente, Daniel Noboa, que inclui a expansão de patrulhas, penas mais longas para crimes como terrorismo e homicídio, e a extradição de criminosos procurados por outros países, como os EUA. No mês seguinte, Noboa declarou um novo estado de emergência, válido para sete das 24 províncias do país, incluindo Guayas, onde fica Guayaquil.
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