O opositor Edmundo González chegou à Espanha neste domingo, onde solicitou asilo político, após deixar a Venezuela. O ex-diplomata, acompanhado de sua esposa, viajou em um avião militar espanhol, que pousou por volta das 16h (horário local) na base aérea de Torrejón, perto de Madri, informou o Ministério das Relações Exteriores da Espanha. A informação foi adiantada pela líder da oposição, María Corina Machado, que falou pela primeira vez sobre a partida em um comunicado publicado neste domingo.

No texto, a líder da oposição afirmou que a vida do ex-diplomata "corria perigo" e que, nesse contexto de "crescentes ameaças, intimações, mandados de prisão", sua partida era necessária para "preservar sua liberdade, sua integridade e sua vida": "Essa operação do regime e de seus aliados é mais uma prova de sua natureza criminosa, que os deslegitima e os afunda ainda mais a cada dia. Mas, mais uma vez, eles estavam errados. Sua tentativa de golpe de Estado contra a soberania popular não será bem-sucedida", afirmou.

O ex-diplomata é acusado de cinco crimes pelo Ministério Público, incluindo usurpação de funções, falsificação de documentos públicos e conspiração, e tornou-se alvo de um mandado de prisão após ignorar três intimações para depor.

A partida de González vinha sendo organizada há duas semanas e as negociações contaram com a participação do ex-presidente espanhol José Luiz Rodríguez Zapatero e importantes autoridades venezuelanas, como o presidente da Assembleia Nacional do país, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente Delcy Rodríguez, quem tornou pública a saída do ex-diplomata.