Como se já não bastasse a tristeza de estar no funeral de um ente querido, a família de Juan Carlos Martín-Caro, uma das vítimas mortas no último domingo, em um acidente grave na rodovia A-6, na cidade de Madrid, na Espanha, teve a notícia que velavam o corpo de outra pessoa sem saber.

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Mesmo após a funerária de Galapagar recomendar que deixassem o caixão de Martín-Caro fechado, devido ao estado deteriorado do corpo, a irmã dele insistiu em se despedir o vendo uma última vez. Ao abrirem o caixão, todos se surpreenderam ao descobrir que o corpo entregue à funerária não correspondia ao de seu familiar, de acordo com a Telemadrid.

"Não acreditei. Foram dias muito difíceis. Eles mataram meu irmão", disse a irmã de Martín-Caro, Sandra. E prosseguiu: "E toda esta confusão poderia ter sido evitada quando no Instituto de Medicina Legal no mesmo domingo pedimos para ver os corpos, mas não permitiram a nós nem à outra família", disse ontem.

O caso ocorreu no início da semana, mas foi noticiado nesta quinta-feira.

No incidente, três pessoas foram mortas e duas delas estavam no mesmo veículo: além de Martín-Caro, de 44 anos, o policial Alberto, de 41 anos, — que estava trabalhando por um aplicativo de carona na hora — foi encontrado sem vida.

A principal suspeita é que a confusão tenha ocorrido na hora de recolher os dois mortos, devido a deterioração dos corpos e por estarem no mesmo veículo.

Com essa informação em mente e tendo amigos em comum, a família de Caro entrou em contato urgentemente com os familiares do policial — que o velavam em outro município — e ao atenderem, confirmaram que a troca também ocorreu no funeral deles.

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Os peritos forenses identificaram os dois corpos através de impressões digitais, assim foram corretamente disponibilizados às famílias na manhã de terça-feira. As duas famílias puderam voltar aos ritos de seus respectivos velórios ontem.

O responsável pela funerária Galapagar, Vicente Canoura, informou ao jornal La Vanguardia que receberam o corpo dele já identificado e lacrado por parte da transportadora e afirmou que "tomará as medidas legais" porque estão culpando sua empresa sem que tenha cometido erro.

"Se só recebo um cadáver lacrado, como podemos confundi-lo?”, disse Canoura. E prosseguiu: "o primeiro cadáver não saiu daqui até que a ordem judicial para seu retorno ao Instituto Anatômico Forense chegou”.

Motorista 'kamikaze'

O acidente aconteceu na madrugada de domingo, no quilômetro 20 da rodovia A-6. O policial Alberto e seu carona, Juan Carlos, se deslocavam de Ávila para a capital, indo trabalhar, e foram atingidos em cheio por um carro que estava em contramão. Os dois morreram na hora.

O motorista que vinha na direção contrária da pista, Juan Carlos, de 26 anos, também foi encontrado morto, entretanto, seu irmão conseguiu sobreviver, mas está em coma no Hospital puerta de Hierro.

Um policial de 54 anos que estava de motocicleta e foi atingido no acidente também ficou gravemente ferido após desviar da colisão direta mas perder o controle da moto na sequência.

O acidente ocorreu por volta das 6h30 da manhã de domingo, mas a polícia já recebia ligações alertando sobre um "kamikaze" dirigindo na contramão da pista e de forma imprudente desde 6h08.