Internacional
Defesa Civil de Gaza identifica 75 dos mortos em ataque a escola; Israel fala em 31 membros de Hamas e Jihad Islâmica mortos
Autoridades do enclave palestino dizem que demais corpos estão aos pedaços e que reconhecimento é dificultado pelo deslocamento de possíveis familiares
A Defesa Civil de Gaza, administrada pelo Hamas, anunciou nesta segunda-feira que conseguiu realizar a identificação de 75 corpos dos 93 mortos em um bombardeio israelense em uma escola na Cidade de Gaza, lançado por Israel. O Exército israelense, que afirma que o local era usado como base para atividades terroristas, afirma ter eliminado 31 homens ligados ao Hamas e à Jihad Islâmica.
Itamaraty: Governo condena ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza
— Houve 93 mortos na escola al-Tabi'een, entre eles onze crianças e seis mulheres. Setenta e cinco foram identificados e temos os seus nomes — disse o porta-voz Mahmud Basal, da Defesa Civil palestina, detalhando que 18 mortos seguem sem identificação. — Os outros não foram identificados porque os corpos estão em pedaços, outros foram queimados no bombardeio.
O ataque aéreo na noite de sábado foi amplamente condenado pela comunidade internacional, incluindo pelo Brasil. Em nota, o Itamaraty expressou “profunda solidariedade às famílias das vítimas”, exigiu que Israel atuasse "com base no princípio da proporcionalidade, tomando as medidas necessárias para proteger a população civil" e denunciou recorrentes desrespeitos por parte do país em suas operações.
Com relação às vítimas do ataque que ainda não foram identificadas, o médico Amjad Aliwa, que trabalha no hospital al-Ahli, que recebeu as vítimas do ataque, confirmou o balanço apresentado pela Defesa Civil, e disse que novos desdobramentos da guerra dificultam o trabalho de identificação para além do estado dos corpos.
— Ainda há corpos muito danificados para serem identificados. Além disso, famílias foram deslocadas para o sul e não conseguem identificar os seus entes queridos — explicou Aliwa.
O Exército israelense anunciou nesta segunda-feira ter "identificado até o momento 31" combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, dois movimentos armados na Faixa de Gaza, entre os "eliminados" no ataque de sábado.
O Exército, que publicou no sábado os nomes e fotos de 19 homens apresentados como combatentes dos grupos terroristas mortos durante o ataque, publicou um novo comunicado com outros 12 nomes e imagens, em uma publicação nas redes sociais.
"Até agora, foram confirmados 31 terroristas eliminados no ataque ao reduto do Hamas na escola al-Tabi'een, onde os terroristas planejavam executar ataques contra Israel. Aqui estão seus nomes e posições nas organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica", escreveu a autoridade militar em uma publicação.
Entre os nomes listados por Israel, de acordo com a classificação divulgada, a maioria ocupava posições de "baixa patente" dentro do Hamas e da Jihad Islâmica. Com exceção de alguns chefes de pelotão e células dos grupos, a maioria foi descrita como "operativos". As publicações não se referem às mulheres e crianças citadas pelas autoridades palestinas.
As novas ofensivas israelenses são vistas com preocupação em um momento em que países da região temem uma ampliação do conflito, diante da ameaça de uma retaliação iraniana pela morte do chefe do Gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. Principais aliados de Israel, os EUA enviaram um submarino lançador de mísseis e um porta-aviões para o Oriente Médio na tentativa de criar um fator de dissuasão para uma escalada do conflito.
Embora analistas e observadores tenham afirmado que Teerã começou a avaliar, na semana passada, desistir de uma retaliação que aprofunde a crise, em troca de um cessar-fogo em Gaza — preservando assim um de seus aliados no Eixo da Resistência —, as últimas sinalizações da nação persa foram no sentido contrário.
Na sexta-feira, a missão do Irã na ONU publicou um comunicado reafirmando seu "direito legítimo de autodefesa" após a execução de Haniyeh em seu território. Teerã e seus aliados culpam Israel pela morte, mas o Estado judeu não assumiu ou negou envolvimento no caso.
No domingo, o Irã recebeu uma declaração de apoio da China, que disse que o país teria o direito de defender sua soberania, em uma declaração do ministro das Relações Exteriores, Wang Yi. Pequim, contudo, pediu equilíbrio ao Irã em seus próximos passos, para que a resposta não provocasse uma escalada nas hostilidades na região, de acordo com o relato da fala do ministro feita pelo South China Morning Post. (Com AFP)
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