Internacional
'Eles que elejam o presidente que quiserem', diz Lula sobre Venezuela
Declaração ocorre um dia após Maduro afirmar que pode haver 'banho de sangue' e 'guerra civil' caso não vença as eleições em 28 de julho
Um dia após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmar que pode haver "banho de sangue" e "guerra civil" na Venezuela caso ele não vença as eleições, o presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira que o país deve "escolher o presidente que quiser", em um evento em São José dos Campos (SP).
— Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem — disse o presidente, segundo imagens da GloboNews.
'Sem proteção': Chefe de segurança da líder opositora da Venezuela é preso a poucos dias da eleição
Entrevista: Líder da oposição na Venezuela diz contar com Lula para convencer Maduro a aceitar transição de governo
A declaração foi dada quando Lula defendia a relação pacífica do Brasil com outros países em declarações em uma cerimônia na qual anunciou investimentos em obras na Via Dutra e na Rio-Santos.
— Uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém, como o Brasil — ele disse. — O Brasil tem que gostar de todo mundo.
Apenas retórica
Segundo fontes do governo brasileiro, a declaração feita por Maduro na quinta-feira pode ser apenas retórica perante pesquisas de opinião que o mostram atrás de seu principal adversário, Edmundo González Urrutia.
Segundo interlocutores da área diplomática, o Brasil só vai atuar na questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, "dentro do espírito de Barbados", referindo-se a um acordo assinado entre oposição e governo venezuelano em outubro do ano passado no país caribenho. Mediado por Noruega com a ajuda de vários países, como Brasil, Colômbia e Estados Unidos, o pacto prevê eleições livres, justas, transparentes e aceitas pelos dois lados em disputa.
De acordo com um diplomata, a eleição da Venezuela é um assunto dos venezuelanos, e o Brasil precisa ser chamado para poder se manifestar, para que não haja interpretação de que há interferência brasileira em assuntos internos.
Mudança de posição: TSE anuncia que irá mandar delegação de observadores para eleições na Venezuela
Assessor para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim conversou, na última quarta-feira, com o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, sobre a situação na Venezuela. Há expectativa de que os americanos endureçam as sanções em vigor contra a Venezuela caso Maduro não aceite uma eventual derrota.
À TV Globo, na última quinta-feira, Amorim disse, em Washington, que a fala de Maduro "não é desejável", afirmando que tem mantido contato com os dois lados e que acredita que a eleição transcorrerá sem problemas.
— Não acredito que haverá um banho de sangue — afirmou.
(Com colaboração de Eliane Oliveira, de Brasília)
Mais lidas
-
1COMUNICAÇÃO
TV Asa Branca Alagoas amplia cobertura e passa a operar também via parabólica em Banda KU
-
2
TV Gazeta de Alagoas lança programação local com três novas atrações diárias
-
3LUTO
Abigail Fernandes é encontrada morta na casa onde morava, em Palmeira dos Índios
-
4JUSTIÇA
Justiça bloqueia R$ 50 milhões de Lula Cabeleira e familiares por loteamento irregular em Delmiro Gouveia
-
5COLISÃO
Caminhão de combustível sofre acidente na Rio-Santos e explosões interditam estrada nos dois sentidos