Mais de 80 mulheres, civis e militares, participaram este mês da 12ª edição do Curso de Operações de Paz para Mulheres, promovido pelo Centro de Operações de Paz e Humanitária de Caráter Naval (COpPazNAv), da Marinha do Brasil. Pela primeira vez, o curso contou com apoio da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores. A parceria inédita alavancou a projeção internacional do evento: das 80 participantes, 50 eram estrangeiras, representantes de 37 países dos quatro cantos do mundo. Em comparação, foram 11 países, em 2023, e oito países, em 2022.

Pioneirismo, coragem e resiliência: mulheres de 37 países compartilham suas experiências nas Forças Armadas [INSERIR AQUI LINK DA MATÉRIA DE DOMINGO]

Contexto: Violência contra mulher em zonas de conflito impulsiona participação feminina em missões de paz da ONU

Ao longo de cinco dias, as alunas civis e militares participaram de aulas teóricas e práticas sobre missões de paz das Nações Unidas. Um dos grandes momentos do curso foi a missão simulada. Nela, as alunas enfrentaram um treinamento de evacuação internacional em blindados da Marinha do Brasil. Usando os famosos capacetes azuis das tropas de paz da ONU, elas participaram de exercícios de retirada primeiros socorros, acampamento e navegação em blindados anfíbios pela Baía de Guanabara.

A meta estabelecida pela ONU é que, até 2028, as mulheres uniformizadas correspondam de 15% a 30% do quadro em missões de paz. Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas os efeitos da política de paridade de gênero já podem ser sentidos: se em 2018, quando a medida entrou em vigor, apenas 3,9% de todos os militares destacados em operações de manutenção de paz eram mulheres, em 2022 elas representavam 7,3%. E se dever de cursos como o da Marinha, elas não vão parar por aí.