Agricultores alemães bloquearam estradas com tratores, em protesto a cortes de subsídios ao diesel, nesta segunda-feira. Segundo o vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, algumas regiões foram 'sequestradas' por grupos de extrema-direita, que assumiram o comando dos protestos.

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Ferroviários, caminhoneiros e agricultores ameaçam greves após o governo federal anunciar cortes de subsídios agrícolas. Nesta manhã, tratores e caminhões com faixas de protestos ligadas ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se reuniram em estradas pelo país.

“Circulam apelos com fantasias golpistas, formam-se grupos extremistas e símbolos étnico-nacionalistas são exibidos abertamente”, disse Habeck em um vídeo postado na segunda-feira.

Importantes vias de acesso, incluindo postos de fronteira com a França, foram bloqueados pelos protestantes, segundo a polícia alemã. De acordo com o jornal alemão FAZ, cerca de 680 veículos e 1,3 mil manifestantes estiveram no Portão de Brandemburgo na segunda.

O vice-chanceler já foi líder da coalizão de governo ‘os verdes’ - o Partido Social-Democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz, o Partido Liberal Democrático (FDP), e o Partido Verde, de Habeck. Ele é um dos alvos dos protestantes que levaram faixas com os dizeres “a Alemanha precisa de novas eleições”.

Nas redes sociais, o AfD criticou o vídeo postado por Habeck, afirmando que o político teria uma “retórica de livro infantil”, e viveria em um “mundo paralelo”.

Manifestantes afirmam que os cortes levarão os agricultores à falência e vão custar € 900 milhões (R$ 4,8 bilhoões) em 2024, segundo a Reuters. Uma pesquisa do canal de TV público NTV revelou que 91% dos alemães acreditam que os protestos são justificados.

No início da semana, o AfD anunciou que o partido cresceu 37% em 2023, em comparação ao ano anterior. Em janeiro, ele chegou a marca de 40 mil membros.