Internacional
Um policial e 11 detentos morrem após intervenção em prisão no Paraguai
Um policial e 11 detentos morreram durante uma intervenção militar e policial na penitenciária de Tacambú, em Assunção, informaram autoridades paraguaias, nessa segunda-feira.
- Contabilizamos 11 reclusos mortos, a maioria por ferimentos de projéteis - disse o médico legista Pablo Lemir.
Na operação, que tinha como objetivo transferir um traficante de drogas que chefiava o presídio, também ficaram feridos a tiros 36 agentes e 24 presos, segundo o chefe da Polícia Nacional, delegado Carlos Benítez.
O chefe médico David Torales, do Hospital de Polícia, admitiu que um dos feridos apresenta impacto de bala no olho direito, com um prognóstico reservado.
- A penitenciária está 100% sob nosso controle - afirmou Benítez, em coletiva de imprensa.
O ministro do Interior, Enrique Riera, garantiu que muitos dos detentos mortos foram assassinados por outros presos de grupos criminosos rivais.
- Com firmeza e determinação, realizamos uma operação histórica e sem precedentes com a finalidade de construir um país mais seguro para nossas famílias - declarou o presidente Santiago Peña a respeito da "Operação Veratio", uma ação surpresa que terminou com a captura e a transferência a outra prisão do narcotraficante paraguaio Javier Rotela.
Rotela é considerado o "rei do microtráfico" nos centros urbanos do Paraguai.
O único policial que morreu teve ferimentos na cabeça. Outro agente foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, após ser atingido na têmpora por um disparo, detalhou o chefe da operação, delegado Nimio Cardozo.
"Hoje, o Governo do Paraguai disse basta a um modelo prisional que transformava as prisões em verdadeiras escolas do delito e do crime", destacou o presidente Peña, em mensagem.
Transferência de presos
Rotela foi capturado no setor conhecido como "La Jungla" (A Selva), sob seu domínio há vários anos, e transferido imediatamente ao presídio militar Viñascué, nos arredores da capital.
Outros 700 detentos, todos sem camisa e algemados com as mãos para trás, foram colocados em ônibus do Exército e da polícia para serem distribuídos provisoriamente em diferentes unidades militares, informou Cardozo. A intenção é descongestionar o presídio.
Atuaram na operação 1.100 militares e 1.118 policiais. Foram apreendidas armas automáticas e até três cães da raça Pitbull.
- Rotela vivia com a mulher, que está grávida. Tinha todos os confortos e administrava um pequeno supermercado com todo tipo de mercadoria. Antes de ele ser detido, três policiais tiveram suas vidas salvas graças aos coletes à prova de balas - contou Cardozo.
Na operação foram resgatadas 48 mulheres que acompanhavam seus companheiros clandestinamente, acrescentou o porta-voz da polícia.
Segundo o criminologista Juan Martens, Rotela mantém sob seu comando cerca de 7 mil membros em vários presídios do país e disputa com as facções brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho o controle do crime organizado.
- Essas lideranças se dão porque o ambiente permite que esses clãs operem no sistema penitenciário - disse o especialista.
O Presídio Tacumbú, localizado a cerca de 15 quarteirões do centro de Assunção, registrou vários motins sob a liderança de Rotela. No último deles, em outubro passado, um detento morreu. A prisão abrigava quase 3 mil presos, o dobro de sua capacidade.
Com mais de seis milhões de habitantes, o Paraguai tem uma população carcerária superior a 16 mil pessoas.
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