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EUA manifestam preocupação com avanço chinês no Ártico, aponta imprensa
Washington vê expedições subaquáticas da China como ameaça à sua influência e teme cooperação entre Pequim e Moscou na região polar.
Os órgãos de segurança nacional dos Estados Unidos estão atentos ao aumento das expedições subaquáticas da China no Ártico, consideradas uma ameaça crescente à influência norte-americana no Extremo Norte, segundo reportagem do The Wall Street Journal.
De acordo com a publicação, Washington associa as missões submarinas chinesas a riscos para sua predominância na região, já que Pequim coleta dados estratégicos, investe na construção de quebra-gelos e pode acessar tecnologias subaquáticas russas.
Em comunicado divulgado em novembro, o Departamento de Segurança Interna dos EUA alertou que embarcações de pesquisa e militares chinesas operam de forma "ativa e sem precedentes" nas águas árticas do Alasca.
Para o almirante Samuel Paparo, chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, o principal objetivo da China é desafiar a "dominação submarina norte-americana". Ele afirma que a Rússia, detentora de tecnologias avançadas, pode colaborar com Pequim para alcançar esse objetivo.
Estados Unidos e aliados avaliam que, em poucos anos, a China poderá enviar submarinos armados ao Polo Norte. O país já mantém navios militares de superfície no Ártico e amplia sua frota de quebra-gelos.
Segundo o estrategista naval norte-americano Hunter Stires, a China explora as águas árticas não apenas para coletar dados sobre mudanças climáticas, mas também para adaptar sua frota submarina às condições locais.
"A China busca uma posição de liderança em ciência marinha e climática porque entender o oceano e o clima é crucial para o sucesso em operações navais, especialmente na guerra antissubmarino", afirma Stires.
Do lado chinês, Pequim vê as futuras rotas marítimas do Extremo Norte como alternativas mais curtas para o comércio global e planeja desenvolver a chamada Rota da Seda Polar. O projeto prevê expansão do transporte transártico de cargas com a Rússia e a importação de gás natural liquefeito.
Em 2015, a China atualizou sua lei de segurança nacional para incluir a proteção de interesses nas regiões polares.
Em 2024, o Pentágono classificou a cooperação técnico-militar e científica entre Rússia e China no Ártico como motivo de preocupação para os EUA.
O presidente russo, Vladimir Putin, já declarou que o Ártico é prioridade para a Rússia, relevante para defesa, logística e energia. O Kremlin reforçou que a parceria com a China na região não se dirige contra outros países.
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