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Terras raras não podem ser o novo pau-brasil, alerta analista

Especialista destaca a necessidade de políticas para evitar que o Brasil repita erros históricos na exploração de minerais estratégicos.

Sputinik Brasil 26/12/2025
Terras raras não podem ser o novo pau-brasil, alerta analista
Especialista alerta para riscos de exploração predatória das terras raras no Brasil. - Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

Terras raras não podem ser o novo pau-brasil, afirma analista. Em entrevista à Sputnik Brasil, um especialista destacou que o Brasil precisa avançar além do simples mapeamento e exportação de ativos estratégicos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou prioridade do Ministério de Minas e Energia para o mapeamento geológico do país, com o objetivo de identificar áreas com maior potencial de minerais estratégicos.

O pedido foi reforçado durante a última reunião ministerial, em meio à crescente corrida global por terras raras. "A gente só conhece 30% das nossas riquezas minerais. Tem 70% que a gente não conhece. A gente não tem o mapeamento ainda. A gente não tem o mapeamento das terras raras, e o mundo inteiro está brigando por terra rara", afirmou Lula em julho.

O professor Charles Pennaforte, da Universidade Federal de Pelotas, avalia que a movimentação do governo brasileiro reflete a pressão dos Estados Unidos sobre a China no fornecimento desses materiais estratégicos, em um cenário de disputa geopolítica global. "Agora, voltando à baila toda essa discussão, é inevitável que o Brasil, que possui uma grande reserva dessas chamadas terras raras, passe a se preocupar com isso", explica o professor.

Segundo o analista, é fundamental que sejam criadas políticas específicas para a melhor utilização desses recursos. Sem isso, o país pode ficar vulnerável à dependência externa. "Toda essa discussão passa por um projeto estratégico, geopolítico, que o Brasil possa ter."

No entanto, o principal entrave são as discussões políticas. "Todo mundo quer o país desenvolvido, mas a discussão nunca é realmente o desenvolvimento. Perde-se muitos recursos com outros aspectos políticos, como fundos partidários, por exemplo, que poderiam ser utilizados para a exploração desses recursos", critica o analista.