O Banco Central realizou, na manhã desta sexta-feira (26), leilões de linha no valor de US$ 2 bilhões — operação de venda com compromisso de recompra — para conter a alta do dólar. A medida reduziu a pressão compradora, mas não foi suficiente para reverter a valorização da moeda norte-americana, que opera em alta desde a abertura dos negócios. Na terça-feira anterior, uma intervenção menor, de US$ 500 milhões, conseguiu inverter o movimento de alta.

Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti, o dia apresenta fluxo negativo tanto no segmento financeiro, devido a remessas ao exterior, quanto no comércio.

O ambiente político também contribui para a cautela dos investidores. O destaque desta sexta-feira é o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, à Presidência, além de pesquisa que aponta crescimento de sua intenção de votos, cenário que mantém a crise na direita em aberto.

Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, a reação do mercado a Flávio Bolsonaro está relacionada ao aumento da percepção de risco, motivado pela incerteza política, mais do que por fatores pessoais. “O leilão de linha ajuda na liquidez, mas não resolve o problema estrutural. O mercado entende que a pressão vem de fatores maiores: fiscal frágil, cenário político incerto e dólar forte no mundo. Sem melhora nesses fundamentos, a intervenção tem efeito pontual e temporário”, afirmou Ros.

Às 11h14, o dólar à vista era cotado a R$ 5,5423, alta de 0,20%.