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Expectativas externas não devem definir metas pessoais para 2026, orienta especialista

Chrystina Barros, especialista em saúde e felicidade no trabalho, alerta sobre a importância de metas realistas e autocompaixão

26/12/2025
Expectativas externas não devem definir metas pessoais para 2026, orienta especialista
Especialista orienta sobre a importância de metas realistas e autocompaixão no início de ano.

O início de um novo ano costuma ser marcado por listas de metas e resoluções, mas esse movimento deve ser um incentivo pessoal, e não resultado da pressão por resultados ou comparações nas redes sociais. A avaliação é da especialista em saúde e felicidade no trabalho, Chrystina Barros, entrevistada no programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional da Amazônia, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“A gente olha principalmente para rede social e quer ser igual àquela foto, aquele lançamento, aquela pessoa que conseguiu um milhão de seguidores de um dia para o outro. Só que muitas vezes isso não é verdade, não sabemos o que está por trás daquela história e acabamos nos permitindo ficar sob essa pressão”, destacou.

Segundo Chrystina, revisitar o passado para aprender é fundamental, assim como evitar ceder à pressão dos outros. “Se não aprendemos com o passado e caímos na pressão alheia, estamos com boa parte do caminho andado para nos frustrar novamente. Precisamos viver aquilo que podemos alcançar, nos planejando e mantendo a disciplina na execução”, afirmou.

A especialista ressalta a importância de avaliar se as metas estabelecidas são realistas e compatíveis com a rotina. “O principal é pensar em metas possíveis de serem realizadas no dia a dia”, reforçou.

Resgatar o hábito de escrever em papel pode facilitar a concretização dos objetivos, segundo Chrystina.

“Precisamos, especialmente nesse mundo tão digital, ter um papel, um caderninho para registrar diariamente algo bom que aconteceu. Se estamos começando o ano com promessas para nós mesmos, que possamos escrevê-las ali”, orientou.

Ela sugere revisar essas anotações mensalmente para acompanhar o progresso em direção às metas. “Isso nos ajuda a renovar as energias. Recomendo que seja no papel, pois obriga a pensar e a transferir as ideias para a escrita manual, diferente do celular”, explicou.

Para Chrystina, estabelecer resoluções é importante porque cria um movimento para a vida. “O que faço até alcançar a meta? Não quer fazer agora? A obrigação não é com o mundo, é com você. Tenha seu tempo, mas é importante ter esse marco de olhar para o que já fez e imaginar como quer estar no final do ano. Planejar nos permite viver tudo isso e nos motiva”, completou.

Balanços

A especialista destaca a necessidade de reconhecer os momentos positivos do dia a dia. “Nosso cérebro é programado para nos proteger do sofrimento, então tendemos a guardar experiências ruins para evitá-las. Com isso, perdemos a chance de valorizar o que há de bom e de recuperar o fôlego”, disse.

“Precisamos explorar mais os momentos positivos, reconhecê-los para que, ao enfrentar desafios, possamos aprender com eles e não nos afetarmos tanto. No final, tratamos principalmente das expectativas do mundo e do outro, que muitas vezes tentamos atender mais do que as nossas próprias”, explicou.

Chrystina afirma que é natural sentir tristeza e frustração, mas é fundamental praticar a autocompaixão. “Você pode se frustrar por não alcançar uma meta que talvez nem saiba por que definiu, ou que foi imposta por alguém. Então, permita-se ficar triste também”, aconselhou.

“A partir daí, conseguimos pensar de forma mais realista. Não é porque este ano não deu certo que, no próximo, tudo precisa ser dobrado. Isso só aumenta a frustração. Permita-se sentir e, ao mesmo tempo, replaneje”, concluiu.