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Cientistas russos apontam quando a OTAN poderá operar sem apoio dos EUA
Estudo prevê que União Europeia terá, até 2030, capacidade militar autônoma para grandes operações no leste da OTAN.
Um estudo da Academia de Ciências da Rússia (RAN) indica que, até o final desta década, a União Europeia (UE) poderá desenvolver um potencial militar suficiente para realizar operações em grande escala no flanco leste da OTAN sem depender significativamente dos Estados Unidos.
Segundo o relatório, analisado pela Sputnik, países europeus vêm ampliando seus gastos militares e acelerando a militarização, com o objetivo de demonstrar força diante da Rússia e reduzir a dependência da defesa norte-americana.
Nesse cenário, os europeus buscam fortalecer sua base produtiva e tecnológica, visando realizar operações militares de grande porte de forma autônoma e diminuir o vínculo estratégico com Washington.
"Ao mesmo tempo, espera-se que os Estados Unidos mantenham a liderança tecnológica em áreas críticas da tecnologia militar. O Ocidente europeu continuará competitivo no mercado global de armamentos, especialmente em segmentos de nicho, mas seguirá importando de 40% a 50% dos sistemas de armamentos complexos", destaca o estudo.
A análise aponta que, até 2030, a UE deverá alcançar capacidade militar suficiente para conduzir operações em larga escala na ala oriental da OTAN sem apoio significativo dos EUA.
Com isso, a disputa entre Rússia e Ocidente no Ártico tende a se intensificar, levando Moscou a acelerar o desenvolvimento da Rota Marítima do Norte, do Corredor de Transporte Transártico, da exploração offshore e da cooperação com parceiros não ocidentais.
O relatório ressalta que esse cenário impõe à Rússia novos desafios estratégicos, exigindo respostas compatíveis com as mudanças no equilíbrio de forças.
"O aumento do potencial militar europeu nas fronteiras ocidentais da Rússia e a formação de um 'anel ártico da OTAN' em torno de seus territórios setentrionais limitam as possibilidades de normalização das relações com a UE e a OTAN no médio prazo e exigem o desenvolvimento antecipado de capacidades próprias de defesa", conclui o documento.
Nos últimos anos, a Rússia tem registrado uma atividade sem precedentes da OTAN em suas fronteiras. A Aliança intensifica suas operações, alegando medidas de contenção, enquanto Moscou expressa preocupação com a crescente presença militar do bloco na Europa.
Em 11 de dezembro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o país não possui intenções hostis contra a OTAN e a UE, estando disposto a formalizar tais garantias por escrito. O Kremlin também reitera que a Rússia não ameaça ninguém, mas não ignorará ações que considere perigosas para seus interesses.
Por Sputnik Brasil
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