A safra brasileira de grãos para 2025/26 está estimada em 354,39 milhões de toneladas, representando um aumento de 0,6% (ou 2,2 milhões de toneladas) em relação à temporada anterior, que fechou em 352,17 milhões de toneladas. Em comparação à previsão anterior, divulgada em novembro, a nova projeção é 0,1% menor, o que equivale a uma redução de 441 mil toneladas, segundo o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira.

De acordo com a Conab, o resultado reflete o aumento de 3% na área semeada, que passou de 81,7 milhões para 84,2 milhões de hectares, aliado à redução na produtividade média nacional das lavouras, estimada em 4.210 kg/ha em 2025/26 ante 4.310 kg/ha em 2024/25.

A soja, principal cultura da primeira safra, já ocupa 90,3% da área destinada ao seu cultivo. Em Mato Grosso, maior produtor do grão, a semeadura está concluída. Segundo a Conab, as chuvas na Região Sul permitiram grande avanço no plantio durante a primeira quinzena de novembro, enquanto a irregularidade das precipitações nas regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Minas Gerais atrasou os trabalhos. A partir da segunda quinzena, as chuvas se normalizaram, impulsionando a semeadura. Para 2025/26, a estimativa é de 48,9 milhões de hectares destinados à soja, com produção projetada em 177,12 milhões de toneladas — alta de 3,3% sobre a safra anterior, podendo estabelecer um novo recorde.

Já a produção total de milho, considerando as três safras, está estimada em 138,88 milhões de toneladas, queda de 1,5% em relação ao ciclo anterior (141,04 milhões de toneladas). A semeadura do cereal já alcança 71,3% da área de 4 milhões de hectares no primeiro ciclo, com produção prevista de 25,91 milhões de toneladas, crescimento de 3,9% frente à safra passada.

No caso do algodão em pluma, a produção nacional deve chegar a 3,96 milhões de toneladas em 2025/26, representando recuo de 2,9% ante a temporada anterior.

O arroz, importante para o abastecimento interno e cultivado na primeira safra, tem previsão de colheita de 11,2 milhões de toneladas, o que corresponde a uma redução de 12,4% em relação ao ciclo anterior (12,76 milhões de toneladas), reflexo das atuais condições de mercado e da menor área plantada, estimada em 1,62 milhão de hectares. No Rio Grande do Sul, principal produtor, a semeadura atinge 98% da área, enquanto em Santa Catarina, o plantio está finalizado.

Para o feijão, a produção total das três safras é estimada em cerca de 3 milhões de toneladas, queda de 1,8% em relação ao ciclo anterior, mas suficiente para garantir o abastecimento interno. O plantio da primeira safra já foi concluído no Paraná e em São Paulo, e avança em Minas Gerais (93,8% da área) e Bahia (67%).

Entre as culturas de inverno, a safra 2025 está em fase final de colheita. O trigo, principal cultura do período, já teve 98% da área colhida, com produção estimada em 8 milhões de toneladas, volume 0,9% superior ao do ciclo anterior, beneficiado por condições climáticas favoráveis, apesar de adversidades pontuais em algumas regiões.