Geral
James Webb descobre supernova mais antiga já observada
Explosão estelar ocorreu há cerca de 13 bilhões de anos
O telescópio espacial James Webb identificou a supernova mais antiga e distante já vista, gerada pelo colapso de uma estrela massiva em fim de vida quando o Universo tinha apenas 730 milhões de anos.
O evento foi sinalizado por um lampejo de luz superluminosa (raio gama) de 10 segundos detectado em 14 de março passado.
O estudo do fenômeno, que também envolveu diversos telescópios em uma espécie de "revezamento mundial", rendeu dois artigos publicados na revista Astronomy and Astrophysics Letters.
"Apenas o Webb poderia demonstrar diretamente que essa luz provém de uma supernova, uma estrela massiva em fase de colapso", afirma Andrew Levan, autor principal de um dos dois estudos e professor das universidades Radboud, na Holanda, e de Warwick, no Reino Unido.
"Essa observação também demonstra que podemos usar o Webb para encontrar estrelas individuais quando o Universo tinha apenas 5% de sua idade atual [estimada em 13,8 bilhões de anos]", acrescenta.
O primeiro alerta sobre o raio gama de uma fonte muito distante foi dado pelo Svom (acrônimo em inglês para "Monitor espacial de objetos variáveis astronômicos em múltiplas bandas"), satélite franco-chinês lançado em 2024 e projetado para detectar eventos fugazes.
Em cerca de 1h30, o telescópio espacial Neil Gehrels Swift, da Nasa, localizou a posição da fonte no céu, permitindo determinar sua distância para o Webb.
Aproximadamente 11 horas depois, o Telescópio Óptico Nórdico, nas Ilhas Canárias, revelou um brilho residual de um raio gama na luz infravermelha, uma indicação de que o fenômeno poderia estar associado a um objeto muito distante.
Quatro horas mais tarde, o Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, no Chile, estimou que o evento ocorreu 730 milhões de anos após o Big Bang. "Há apenas um punhado de raios gama nos últimos 50 anos que foram detectados nos primeiros bilhões de anos do Universo. Este evento em particular é muito raro e emocionante", diz Levan.
Por fim, o James Webb usou sua câmera de infravermelho próximo para observar a supernova, batizada como GRB 250314A. O fenômeno foi então comparado com explosões estelares mais próximas e recentes e revelou-se surpreendentemente similar a elas, mesmo tendo ocorrido em um Universo ainda em seu estágio inicial.
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