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Joesley Batista viaja à Venezuela para tentar convencer Maduro a renunciar, diz Bloomberg
Empresário brasileiro teria atuado como mediador a pedido dos EUA, segundo agência de notícias. Maduro e autoridades venezuelanas não comentaram.
Reportagem da agência de notícias Bloomberg publicada nesta quarta-feira, 3, revela que Joesley Batista, proprietário da JBS, esteve em Caracas com o objetivo de persuadir o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a renunciar. A iniciativa, segundo a agência, atende a um pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visando uma transição pacífica de poder na Venezuela.
De acordo com a Bloomberg, Joesley Batista se reuniu com Maduro em 23 de novembro, pouco depois de Trump ter telefonado ao líder venezuelano para instá-lo a deixar o cargo. A reportagem destaca o papel do empresário brasileiro como mediador em meio à escalada de tensões políticas entre os governos de Trump e Maduro.
Segundo a agência, autoridades do governo Trump tinham conhecimento dos planos de Batista de visitar Caracas, mas não solicitaram oficialmente a viagem em nome dos EUA. "Joesley Batista não é representante de nenhum governo", afirmou a J&F SA, holding da família Batista, em comunicado à Bloomberg.
A Casa Branca não se pronunciou sobre a reportagem. O Ministério da Informação da Venezuela e o gabinete da vice-presidente Delcy Rodríguez também não responderam aos pedidos de comentário.
A visita de Batista ocorreu em meio a sinais de que o governo Trump prepara possíveis operações militares na Venezuela. Washington classificou o Cartel de los Soles como organização terrorista e acusa Maduro de liderar o esquema de narcotráfico.
Desde setembro, os Estados Unidos realizam ataques contra embarcações suspeitas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico, reiterando as acusações contra o governo Maduro. Caracas nega as acusações e argumenta que o objetivo dos EUA seria derrubar Maduro e tomar o controle do petróleo venezuelano.
A reportagem ressalta ainda que a JBS, controlada por Batista, é dona da Pilgrims Pride Corp., produtora de frango sediada no Colorado, que doou US$ 5 milhões ao comitê de posse de Trump — a maior doação individual. A agência lembra que a JBS obteve aprovação da Comissão de Valores Mobiliários para listar suas ações em Nova York.
Batista também se reuniu com Trump no início do ano para pedir a remoção de tarifas sobre a carne bovina. A JBS é a maior fornecedora mundial de carne e emprega mais de 70 mil pessoas nos Estados Unidos e Canadá.
A Bloomberg recorda ainda os laços antigos entre a família Batista e a Venezuela. Em anos anteriores, JBS e Maduro fecharam acordo de US$ 2,1 bilhões para fornecimento de carne bovina e frango ao país, em meio à crise de escassez de alimentos e hiperinflação.
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