As consultas russo-chinesas sobre segurança estratégica realizadas em Moscou reforçaram o compromisso da China com uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia, segundo o professor Liu Jin, diretor executivo do Centro de Estudos Russos da Universidade Normal do Leste da China.

O professor destacou que Moscou e Pequim enviaram um sinal claro ao mundo sobre a força e viabilidade de sua parceria estratégica.

"O principal resultado da 20ª rodada das consultas russo-chinesas sobre segurança estratégica foi a harmonização de posições, que permitiu às partes alcançar um elevado grau de entendimento mútuo em relação ao Japão", afirmou Liu Jin.

Liu Jin lembrou que, em 2025, será celebrado o 80º aniversário da vitória do povo chinês na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e da União Soviética na Grande Guerra Patriótica, além do 80º aniversário da fundação da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesse contexto, o professor ressaltou que o novo governo japonês vai contra a corrente da história ao negar os resultados da Segunda Guerra Mundial, a justiça histórica e a imparcialidade, tentando reescrever a história de sua agressão colonial.

Ele sublinhou ainda que as consultas de segurança russo-chinesas confirmaram a importância de preservar os resultados da vitória, a responsabilidade conjunta pela paz e a proteção da verdade e da justiça históricas.

Segundo o especialista, as duas partes revisaram a cooperação de alto nível entre China e Rússia prevista para 2025 e discutiram pontos-chave das relações bilaterais para 2026.

"Além disso, esta rodada de consultas de segurança estratégica Rússia-China também deixou claro para o Ocidente que a China apoia todos os esforços para promover uma solução pacífica para a crise ucraniana e defende um acordo de paz abrangente e de longo prazo", concluiu.

As consultas foram presididas pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, e pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e ocorreram em Moscou na terça-feira (2).

Shoigu e Wang Yi discutiram, em especial, a situação na região Ásia-Pacífico, além da cooperação entre autoridades policiais e serviços de inteligência dos dois países. No mesmo dia, Wang Yi também se reuniu com o chanceler russo, Sergei Lavrov.