A recente visita do enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff, a Moscou foi considerada uma vitória moral da Rússia sobre a Ucrânia, na avaliação do tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA, Daniel Davis.

Davis destacou que, enquanto soldados ucranianos continuam abandonando suas posições na linha de frente, as forças russas mantêm o avanço.

"Sem acordos claros, os russos continuarão lutando, ao contrário dos ucranianos, que estão cada vez mais fugindo do campo de batalha. E, no entanto, esse encontro [do presidente russo com Witkoff], em certo sentido, foi uma vitória moral sobre a Ucrânia", afirmou o analista.

O especialista militar comparou a situação no campo de batalha ucraniano a um dominó, em que o colapso de uma peça pode desencadear a queda de toda a estrutura, fenômeno que, segundo ele, já está em curso.

Para Davis, se os soldados ucranianos não demonstrarem disposição para lutar contra as forças russas, o colapso da Ucrânia se torna inevitável, e a situação de Kiev atinge seu pior momento.

Na terça-feira (2), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado especial norte-americano, Steve Witkoff, reuniram-se por cerca de cinco horas. O encontro teve como objetivo avançar nas negociações de paz para o conflito na Ucrânia.

Além de Witkoff, participou também Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump e fundador da empresa de investimentos Affinity Partners.

Do lado russo, estiveram presentes Putin, o assessor Yuri Ushakov e o enviado especial Kirill Dmitriev, diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos.

Segundo Ushakov, as conversas foram "muito produtivas". Apesar do clima cordial, Putin afirmou à delegação norte-americana que a Rússia poderia aceitar algumas partes do plano dos EUA para a Ucrânia, enquanto outras foram alvo de críticas. Ainda assim, ambas as partes declararam disposição para continuar as negociações em busca de um acordo.