Geral
Maduro confirma conversa telefônica com Trump
Presidente venezuelano relata diálogo cordial com líder dos EUA e defende abertura para negociações diplomáticas entre os países.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta quarta-feira (3) que manteve uma conversa "respeitosa e cordial" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há cerca de dez dias. Maduro afirmou que o diálogo entre os dois países seria bem-vindo, caso a ligação abra caminho para futuras negociações.
"Há cerca de 10 dias, aproximadamente, a Casa Branca telefonou para o Palácio de Miraflores e tive uma conversa telefônica com o presidente Donald Trump. Sobre isso, a imprensa mundial já falou", declarou Maduro durante um evento público.
O presidente destacou que, após o contato, foi prudente ao tratar do conteúdo da conversa com o chefe de Estado norte-americano.
"Posso dizer que a conversa foi em um tom de respeito. Inclusive, posso acrescentar que foi cordial a conversa entre o presidente dos EUA e o da Venezuela. Digo mais: se essa ligação significa que estão sendo dados passos rumo a um diálogo respeitoso, de Estado a Estado, de país a país, seja bem-vindo o diálogo, seja bem-vinda a diplomacia, porque sempre buscaremos a paz", acrescentou.
Em 30 de novembro, Trump revelou que havia falado por telefone com Maduro, mas não detalhou os assuntos tratados.
No sábado (29), Trump utilizou as redes sociais para anunciar o fechamento do espaço aéreo da Venezuela, medida que gerou reações do governo venezuelano. Maduro, por sua vez, ressaltou a liberdade do povo e a soberania do país.
Em 29 de novembro, Maduro enviou uma carta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), acusando os EUA de fazer "ameaças constantes e explícitas" e de tentar tomar as reservas petrolíferas venezuelanas "à força".
Enquanto os EUA alegam que suas operações no Caribe e o aumento do poderio militar na região visam combater o narcotráfico, Maduro afirma que tais ações hostis têm como objetivo derrotá-lo e obter o controle das reservas de petróleo venezuelanas.
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, divulgou uma carta de Maduro no Telegram, enfatizando que o país seguirá "firme na defesa de seus recursos naturais".
Além disso, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, acusou os EUA de "assassinato" após Caracas reconhecer, pela primeira vez, que cidadãos venezuelanos estavam entre os mortos em ataques americanos a barcos suspeitos de narcotráfico, realizados desde setembro.
Rodríguez afirmou ainda que os EUA e a Venezuela não estão em guerra e, portanto, classificou as mortes como assassinatos. Ele relatou ter se reunido com familiares das vítimas e anunciou que o parlamento criará uma comissão especial para investigar os casos.
Desde setembro, tropas americanas realizaram dezenas de ataques contra supostos barcos de narcotráfico no Caribe e no Pacífico, resultando em pelo menos 83 mortes.
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