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Ibovespa renova recordes e se aproxima dos 162 mil pontos com giro robusto

Índice é impulsionado por ações de commodities e expectativa de cortes de juros nos EUA; avanço no ano chega a 34,48%

03/12/2025
Ibovespa renova recordes e se aproxima dos 162 mil pontos com giro robusto
- Foto: Reprodução

O Ibovespa manteve a trajetória de alta nesta quarta-feira, 3, renovando máximas históricas tanto intradiárias quanto de fechamento e atingindo a marca de 161.755,18 pontos, com valorização de 0,41%. No melhor momento do dia, o índice chegou a 161.963,49 pontos, enquanto a mínima foi de 161.092,81 pontos. No acumulado da semana e do mês, o Ibovespa sobe 1,69%, elevando o ganho anual para expressivos 34,48%. O volume financeiro permaneceu elevado na B3, somando R$ 26 bilhões.

O desempenho foi puxado principalmente pelas ações do setor de commodities, com destaque para Vale (ON +3,23%). Em contrapartida, papéis do setor financeiro, especialmente Bradesco (queda de 2,57% na ON e 2,76% na PN), pressionaram negativamente o índice. Ainda assim, o Ibovespa sustentou o patamar dos 161 mil pontos, mantendo-se em níveis recordes nesta primeira semana de dezembro, após encerrar outubro e novembro já em máximas históricas.

Entre os destaques positivos da sessão estiveram Usiminas (+7,59%), Magazine Luiza (+6,14%) e CSN (+5,48%). No lado oposto, Direcional (-2,80%), Assaí (-2,56%) e Eneva (-2,33%), além das ações de Bradesco, figuraram entre as maiores quedas. Entre as blue chips, Petrobras avançou 1,24% (ON) e 0,75% (PN).

Nos Estados Unidos, os principais índices também registraram ganhos nesta quarta-feira, variando de 0,17% no Nasdaq a 0,86% no Dow Jones. Segundo Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos, o apetite por risco no exterior é estimulado pela expectativa de continuidade nos cortes de juros pelo Federal Reserve, cuja reunião ocorre na próxima semana. “A possibilidade de nova redução na taxa de referência chega a 90%, o que impulsiona a diversificação de alocações, inclusive em mercados emergentes”, avalia.

No cenário doméstico, Correia destaca ainda a sequência de quedas na inflação, o que pode antecipar um corte na Selic já em janeiro, favorecendo o interesse por ações na B3.

Luise Coutinho, head de produtos e alocação na HCI Advisors, ressalta que o relatório sobre o mercado de trabalho privado dos EUA reforçou a aposta em juros mais baixos. “O relatório, baseado no processamento de folhas de pagamento, mostrou que empresas privadas americanas fecharam mais vagas do que o esperado em novembro”, afirma. Com dados mais fracos, o mercado prevê que o Fed poderá cortar os juros em 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro, marcada para o dia 10.

Antes disso, nesta quinta-feira, 4, o foco do mercado local será o PIB brasileiro do terceiro trimestre. “O consenso é de crescimento em torno de 0,3% no período, em relação aos três meses anteriores”, explica Marco Noernberg, sócio e estrategista de renda variável da Manchester Investimentos. Caso confirmado, o resultado mostrará continuidade do crescimento do País, mas em ritmo mais moderado, especialmente em comparação ao primeiro semestre.