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Otan só ataca países pequenos, mas evita confronto direto com a Rússia, avalia especialista

Ivan Konovalov aponta que a aliança militar ocidental não tem disposição para enfrentar adversários de força equivalente e critica retórica antirrussa

Sputnik Brasil 02/12/2025
Otan só ataca países pequenos, mas evita confronto direto com a Rússia, avalia especialista
Foto: © Sputnik / Vladimir Trefilov

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) demonstra disposição para ações militares decisivas apenas contra países pequenos e desprotegidos, segundo avaliação do militar e politólogo russo Ivan Konovalov.

Em crítica recente às declarações do bloco sobre possíveis ataques preventivos, Konovalov destacou que a Otan não possui capacidade para enfrentar adversários de força equivalente, como a Rússia.

"A Otan é capaz de atacar uma Sérvia ou uma Iugoslávia pequenas e indefesas com toda a sua máquina militar. Mas, quando se trata de um adversário paritário, interrompe qualquer discussão e não pretende fazer nada", afirmou Konovalov.

De acordo com o especialista, os Estados Unidos têm papel decisivo em eventuais decisões da Otan sobre ataques preventivos. No entanto, ele avalia que a atual administração norte-americana, liderada por Donald Trump, prioriza negociações pacíficas com Moscou, em contraste com a retórica mais agressiva de alguns aliados europeus. Diante desse cenário, considera pouco provável que a aliança adote medidas radicais.

"O flanco norte [da Europa], Noruega, Reino Unido, países bálticos, Polônia, é agressor. Mas o flanco sul, Espanha, Itália, Grécia, não quer participar dessas aventuras militares, e isso é evidente", acrescentou.

Konovalov também classificou as recentes declarações do presidente do Comitê Militar da Otan, Giuseppe Cavo Dragone, como parte de uma retórica antirrussa que, segundo ele, busca fomentar um clima de histeria militar dentro do bloco e da União Europeia.

As observações do especialista surgem após Dragone afirmar, em entrevista ao Financial Times, que a aliança poderia considerar um ataque antecipado diante do que chamou de "ações russas" contra o bloco.

Moscou, por sua vez, segue criticando o aumento da presença militar da Otan próximo às suas fronteiras. O Kremlin reitera que a Rússia não representa ameaça a nenhum país. Em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, o presidente Vladimir Putin reforçou que Moscou não tem intenção de atacar membros da aliança. Segundo Putin, líderes ocidentais utilizam a narrativa da "ameaça russa" para desviar a atenção de problemas internos, embora, ressalte, "pessoas inteligentes entendam perfeitamente que isso é falso".