A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2025, mantendo a estimativa em 5% para 2024 e 2025. Segundo o relatório de Perspectivas Econômicas divulgado nesta terça-feira (2), a economia chinesa deve desacelerar para 4,4% em 2026 e 4,3% em 2027. A projeção para este ano representa uma leve aceleração em relação ao documento de setembro, que previa crescimento de 4,9%.

Apesar do cenário mais favorável, a OCDE alerta para ventos contrários que ainda desafiam o crescimento de Pequim. O consumo deve ser moderado pelo elevado nível de poupança de precaução e pelo efeito de antecipação das compras de bens duráveis, impulsionado pelo programa de trocas. O relatório também aponta que o investimento imobiliário deve continuar em retração, enquanto os preços caem devido à eliminação do excesso de capacidade.

A entidade ressalta que a política do Banco do Povo da China (PBoC) segue sendo "de apoio", mas há pouco espaço para novos cortes de juros, diante do risco de impacto negativo na rentabilidade dos bancos e preocupações com a qualidade dos ativos. "As políticas fiscais se tornarão mais favoráveis em 2025, com a meta de déficit ampliada em um ponto percentual do PIB. Reformas abrangentes são necessárias para garantir competição em todos os setores", destaca o relatório.

Em relação ao Japão, a OCDE observa que a economia segue relativamente resiliente, mesmo diante de turbulências globais. A expectativa é que a política monetária do Banco do Japão (BoJ) se torne mais restritiva, enquanto a política fiscal deve apoiar o crescimento em 2026. A projeção para o PIB japonês é de alta de 1,3% em 2025 — acima dos 1% previstos anteriormente —, desacelerando para 0,9% ao ano em 2026 e 2027, com a demanda interna como principal motor, em contraponto à leve pressão negativa da demanda externa devido a tarifas dos EUA.

Para a Coreia do Sul, a OCDE projeta crescimento do PIB de 1% em 2025, com avanço para 2,1% em 2026 e 2027. A taxa de desemprego deve permanecer baixa, enquanto a inflação deve seguir alinhada à meta de 2%. O Banco da Coreia (BoK) deve reduzir os juros para 2,25% até meados de 2026, em resposta à demanda doméstica enfraquecida.