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OCDE eleva projeção do PIB dos EUA para 2025 e 2026, mas aponta desaceleração
Relatório destaca resiliência da economia americana, mas prevê perda de ritmo no crescimento e alerta para riscos fiscais e inflacionários
A economia dos Estados Unidos deve manter trajetória de crescimento positivo nos próximos anos, embora em ritmo mais moderado, conforme relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entidade revisou para cima suas projeções, estimando avanço do PIB de 2% em 2025 e 1,7% em 2026 — acima das previsões anteriores de 1,6% e 1,5%, respectivamente.
De acordo com a OCDE, a esperada desaceleração em 2025 reflete fatores como possível arrefecimento do mercado de trabalho, redução acentuada da imigração líquida, impacto dos aumentos tarifários sobre os preços e cortes expressivos em despesas discricionárias não relacionadas à defesa.
O relatório ressalta que a economia americana demonstrou resiliência, mesmo diante da desaceleração nas contratações e de uma inflação que permanece acima da meta definida pelo Federal Reserve (Fed). A instituição observa que as pressões salariais seguem moderadas e que as expectativas inflacionárias de longo prazo permanecem ancoradas. Em comparação com junho, a projeção de inflação PCE para 2026 foi reduzida de cerca de 2,8% para 2,3%, sinalizando um processo de desinflação mais rápido. Para 2024, a estimativa recuou de 3,2% para 3%.
Segundo o documento, a inflação deve apresentar alta até meados de 2026, impulsionada pelo repasse das tarifas — que elevaram a taxa efetiva de 2,5% para 14% —, mas tende a retornar à meta em 2027, em trajetória menos pressionada do que a prevista anteriormente. Entre os riscos destacados, estão uma possível correção nas bolsas, a persistência da inflação e fragilidades no setor de crédito. Por outro lado, a OCDE aponta que o forte investimento em inteligência artificial (IA) pode surpreender positivamente.
No campo da política monetária, os Estados Unidos iniciaram um ciclo de afrouxamento, e a OCDE projeta cortes graduais nos juros até a faixa de 3,25% a 3,5% ao final de 2026, acompanhando a desaceleração do emprego e abrindo espaço para flexibilização.
Na esfera fiscal, o déficit do governo deve permanecer em torno de 7,5% do PIB até 2027, patamar semelhante ao das estimativas anteriores, enquanto a dívida bruta segue tendência de alta, podendo alcançar 128,4% do PIB em 2027. Ainda assim, a OCDE reforça o alerta de que o país opera com desequilíbrio estrutural e que será necessário um "ajuste significativo" para reverter esse quadro.
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