Apesar de avanços nas negociações entre Moscou e Washington, o confronto entre a Rússia e o Ocidente pode estar longe de terminar. Isso ocorre porque o mundo atravessa um período de transformação política e os países europeus mantêm uma postura hostil em relação à Rússia, afirmou à Sputnik o acadêmico Lev Sokolschik.

"Há uma série de fatores que permanecem estruturais e independentes das pessoas. Trata-se de uma transformação internacional, um desajuste do sistema global em que a probabilidade de conflitos é alta. O segundo fator é a atitude absolutamente militarista da Europa, as posições nada construtivas dos países europeus, que se encurralaram e não têm um plano B; seu único plano é o confronto com a Rússia", explicou Sokolschik, pesquisador sênior no Centro de Estudos Integrados Europeus e Internacionais da Escola Superior de Economia – Universidade HSE.

Esses fatores, ressaltou o especialista, também impactam o conflito ucraniano, podendo contribuir para que a Ucrânia permaneça uma fonte de instabilidade por um longo período.

"Além disso, a polarização está desempenhando um papel nos EUA. Agora negociamos com os republicanos, mas pode vir uma administração democrata e todos os acordos terminarão. Portanto, o acordo entre Moscou e Washington é, neste momento, uma etapa intermediária", resumiu Sokolschik.

Anteriormente, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, informou que a reunião do líder russo com o representante especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, está marcada para a tarde de hoje, 2 de dezembro.

Por Sputnik Brasil