A presença afinada entre o ex-prefeito e atual secretário de Estado Júlio Cezar e o deputado estadual Sílvio Camelo durante a agenda do governador Paulo Dantas, nesta terça-feira 26, reacendeu especulações que já circulavam há semanas pelos corredores do poder: a formação de uma dobradinha eleitoral entre os dois para a disputa de 2026.

O palco da vez foi a inauguração da Creche CRIA, o lançamento do sistema de abastecimento de água em Lagoa dos Matos dos Lopes e a entrega da reforma da sede da UNEAL em Palmeira dos Índios. O evento político, recheado de lideranças estaduais, chamou atenção pela movimentação conjunta de Camelo e Júlio Cezar — colados, conversando ao pé do ouvido, sorrindo e surgindo lado a lado em praticamente todos os momentos públicos.

O FATOR GERALDO RIBEIRO LIMA JÚNIOR

A equação que aproximou os dois tem nome e sobrenome: Geraldo Ribeiro Lima Júnior. O vereador era o principal elo de Camelo com Palmeira dos Índios, mas rompeu politicamente e migrou para o deputado Lelo Maia. Com isso, Camelo ficaria sem uma base sólida no município — não fosse o arranjo político cuidadosamente montado para evitar seu isolamento.

Eis que entra Júlio Cezar. Ex-prefeito e ainda com musculatura política robusta na cidade, o ex-imperador surge como o “porto seguro” para Camelo continuar respirando em Palmeira. O movimento, segundo fontes ouvidas pela Tribuna do Sertão, foi articulado por lideranças próximas ao governo estadual, interessadas em manter o grupo unido e competitivo.

A DOBRADINHA QUE COMEÇA A TOMAR FORMA

Nos bastidores, o que se comenta é simples: Júlio Cezar deve concorrer a deputado federal, enquanto Sílvio Camelo tentaria mais um mandato para a Assembleia Legislativa. Uma troca de interesses, votos e estruturas — cada um cedendo onde o outro é forte.

Para Camelo, a parceria evita o “deserto político” que se formaria com a saída de Geraldo em Palmeira dos Índios. Para Júlio, a dobradinha representa capilaridade e reforço em regiões onde Camelo ainda mantém presença consolidada como a capital, Maceió.

“CÉSAR, CAMELO. CAMELO, CÉSAR. QUEM MONTA EM QUEM?”

A frase que circula entre lideranças resume o espírito da articulação. De um lado, Júlio Cezar tenta reconstruir sua trajetória após sair da prefeitura e enfrentar o desgaste da tia, que o sucedeu. Do outro, Sílvio Camelo busca manter-se relevante e evitar erosões na base eleitoral.

Quem ganha mais com a dobradinha?

Quem lidera a equação?

Quem fortalece quem?

Por ora, as aparições públicas e a sintonia evidente entre os dois deixam claro apenas uma coisa: a parceria está sendo testada à luz do dia.

O tabuleiro político em Alagoas vai se redesenhando — e Palmeira dos Índios, mais uma vez, volta ao centro das articulações que podem ditar o rumo da eleição de 2026.