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Vacina do Butantan contra a dengue é aprovada e promete proteção ampla em dose única
A Anvisa aprovou, nesta quarta-feira (26/11), a nova vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan. O imunizante apresentou alta eficácia nos estudos clínicos, com cerca de 75% de proteção geral contra a doença e redução superior a 90% nas hospitalizações. Um dos diferenciais é a aplicação em dose única, o que pode facilitar a adesão e ampliar a proteção em diferentes faixas etárias.
Diferentemente da Qdenga, que já é aplicada em adolescentes brasileiros desde 2024, a vacina do Butantan pode atender um público mais amplo. Segundo o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os resultados se mantiveram robustos ao longo de cinco anos de acompanhamento, com poucos efeitos adversos e segurança comprovada.
A Anvisa já havia indicado que a análise do imunizante era prioridade diante da forte circulação dos quatro sorotipos da dengue no país. A formulação utiliza vírus atenuados e foi concebida para oferecer proteção contra todos os subtipos, especialmente importante porque uma segunda infecção pode evoluir para quadros graves, inclusive hemorrágicos.
Nos testes de fase 3, mais de 10 mil voluntários receberam a vacina. Apenas três apresentaram eventos adversos graves, todos recuperados. A eficácia média registrada foi de 79,6% ao longo de dois anos, com maior proteção para o sorotipo 1 e desempenho um pouco menor para o 2. Quem já havia tido dengue mostrou resposta imunológica ainda mais forte.
A vacina é resultado de parceria entre o Butantan e o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que forneceu as cepas virais em 2009. As etapas iniciais foram conduzidas no exterior, e os ensaios seguintes ocorreram no Brasil. Em 2018, o instituto paulista firmou parceria com a farmacêutica MSD para ampliar o desenvolvimento e viabilizar uma formulação global.
Atualmente, o SUS oferece a Qdenga a adolescentes de 10 a 14 anos, mas menos da metade retornou para tomar a segunda dose. A vacina de dose única do Butantan pode ajudar a superar esse desafio, otimizando a cobertura vacinal.
O próximo passo será discutir a inclusão do imunizante no Programa Nacional de Imunizações. Especialistas consideram essa medida praticamente certa. O Butantan também já trabalha para expandir a capacidade produtiva por meio de acordos internacionais e, no futuro, espera testar a vacina em idosos, grupo que mais sofre com as complicações graves da dengue.
A aprovação abre caminho para uma nova etapa no combate à doença no Brasil, com uma vacina nacional, segura e de dose única, que pode beneficiar milhões de pessoas.
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