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Rio participará da Marcha Nacional das Mulheres Negras
Delegação fluminense se une a milhares de mulheres de todo o país em Brasília para reivindicar direitos e combater o racismo
A costureira e ativista Márcia Justino Barreto Bispo, de 56 anos, estava entre as mulheres animadas para embarcar em um ônibus na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (24). O destino: Brasília, onde participará, nesta terça-feira (25), da Marcha Nacional das Mulheres Negras, após encarar 22 horas de viagem.
De acordo com as organizadoras, cerca de 30 mil mulheres do estado do Rio devem integrar a marcha na capital federal. A expectativa é reunir participantes de diversas regiões do país, todas unidas pelo mesmo propósito.
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"O meu sentimento de mulher preta é de que eu preciso dessa luta. Precisamos ser vistas e lembradas para ter mais oportunidades de trabalho, com mais mulheres pretas na política, nos estudos. A mulher preta é o útero do país. Parimos essa população, junto com as mulheres indígenas e as europeias. Precisamos dessa reparação histórica", afirma Márcia.
Marcha
A assistente social Irinéia Olinda de Jesus, de 72 anos, moradora de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, integra a Secretaria de Combate ao Racismo do PT. Para ela, a marcha reafirma as condições subalternas das mulheres negras.
"Vimos as nossas ancestrais que passaram por todo um processo de escravização e de separação da família. É pertinente a gente dar continuidade a esses passos que vêm de longe. Ainda falta muito para que a população preta consiga alcançar a igualdade nesse país", destaca Irinéia.
A costureira Íris de Oliveira Thomaz, de 64 anos, ressalta que luta pelo que seus antepassados não puderam conquistar. "Estou representando também meus netos, para que eles tenham condições melhores no nosso país e para acabar com esse racismo em relação à nossa cor", conclui.
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