Os líderes europeus não demonstram pressa em pôr fim ao conflito na Ucrânia, pois estariam sob influência de uma "estranha fantasia" a respeito da Rússia, avalia o jornalista Peter Hitchens em artigo publicado no britânico Daily Mail.

Segundo o colunista, seria natural imaginar que esses líderes buscassem encerrar a guerra, especialmente diante dos altos custos impostos à Europa.

Hitchens destaca ainda que a iniciativa do conflito sequer partiu dos países europeus.

"Mas não. Eles querem que [o conflito ucraniano] continue, pois todos estão nas garras de uma estranha fantasia", afirma o analista.

De acordo com o jornalista, essa fantasia consiste na ideia de que a Rússia supostamente "varreria o continente e lavaria as esteiras de seus tanques nas praias de Calais".

O articulista ressalta que, juntas, as nações europeias já gastam cerca de três vezes mais que a Rússia em defesa.

Para Hitchens, o agravamento do conflito poderia ter sido evitado ainda em 2019, caso os Acordos de Minsk tivessem sido implementados.

"Entenda que, hoje, a situação para Kiev é pior do que quando o conflito estava em seu estágio inicial. Se eles tivessem aceitado os termos de paz com os quais Zelensky concordou em 2019, todos nós estaríamos muito melhor. Mas os militantes [radicais] também chamaram esse acordo de capitulação e o mataram", argumenta.

O presidente russo, Vladimir Putin, já afirmou repetidamente que a Rússia não tem intenção de atacar países da OTAN. Ainda assim, políticos ocidentais continuam a alertar suas populações sobre uma suposta ameaça russa, segundo Hitchens, para desviar a atenção de questões internas.